11/03/2024 às 09h19min - Atualizada em 11/03/2024 às 09h19min

​Pesquisa da USP pode aumentar em até 60% produção de etanol de segunda geração

Nova levedura promete otimizar processo industrial sem expansão da área plantada de cana-de-açúcar

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Reprodução
Uma descoberta promissora pode revolucionar a produção de etanol de segunda geração (2G) no Brasil. Uma pesquisa liderada pela Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), revelou que uma nova cepa geneticamente modificada de levedura tem o potencial de aumentar em até 60% a produção desse biocombustível, sem a necessidade de expandir a área plantada de cana-de-açúcar.

Publicado na revista Scientific Reports, o estudo apresenta uma nova abordagem para otimizar a produção de etanol 2G. Tradicionalmente, a biomassa lignocelulósica, resíduo do processamento da cana-de-açúcar, era destinada à queima para geração de energia elétrica. No entanto, essa mesma biomassa pode ser utilizada como matéria-prima para a fabricação do etanol 2G, que apresenta uma pegada de carbono significativamente menor.

Um dos principais desafios era o fato de que a biomassa lignocelulósica é composta por açúcares complexos que não são naturalmente metabolizados pela levedura Saccharomyces cerevisiae, utilizada na produção tradicional de etanol. Para contornar essa limitação, os pesquisadores desenvolveram uma nova cepa de levedura, geneticamente modificada para metabolizar esses açúcares complexos.

Além de aumentar a produção de etanol em até 60%, a nova levedura tem a capacidade de reduzir custos para a indústria, eliminando a necessidade de tratamentos químicos severos e o uso de enzimas adicionais. Essa abordagem mais sustentável também contribui para a diminuição da geração de resíduos ambientalmente prejudiciais.

Os resultados dessa pesquisa abrem caminho para uma produção de etanol 2G mais eficiente e sustentável, sem a necessidade de expandir a área cultivada de cana-de-açúcar. Os próximos passos incluem explorar o potencial dessa nova levedura para controlar bactérias contaminantes, o que poderia reduzir ainda mais o impacto ambiental da indústria.

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