Foto: redes sociais Enquanto a Europa testemunha uma onda de protestos intensos por parte dos produtores agrícolas, a continuidade do corredor de grãos da Ucrânia é posta em xeque. No epicentro dessas tensões está o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que alerta para a possível interrupção do corredor caso não haja apoio militar substancial dos Estados Unidos.
Desde sua implementação em agosto, o corredor marítimo ucraniano, situado próximo à Romênia e Bulgária, permitiu a exportação limitada de cerca de 30 milhões de toneladas de grãos. No entanto, Zelensky ressalta que a manutenção desse corredor depende de um auxílio financeiro de US$ 60 bilhões do Congresso Americano.
O cenário de protestos abrange quase 20 países europeus, com agricultores expressando descontentamento com diversas agendas governamentais, incluindo a importação de produtos agrícolas mais baratos, especialmente os provenientes da Ucrânia. A liquidação forçada de grãos ucranianos devido à invasão russa gerou uma crise que afeta os preços dos grãos em toda a região, provocando uma reação em cadeia que atinge países como Romênia, Polônia e Alemanha.
Os confrontos entre agricultores e autoridades atingiram seu ápice em Bruxelas, onde cerca de 900 tratores bloquearam as ruas e os manifestantes entraram em choque com a polícia. As demandas dos agricultores vêm em um momento crucial, já que os ministros europeus buscam mais recursos para o agronegócio, visando garantir fluxo de renda e produção de alimentos.
A possível interrupção do corredor de grãos ucraniano pode ter impactos significativos nos preços dos grãos, com a Ucrânia saindo do mercado como um importante player. Isso poderia resultar em uma maior dependência de países como Brasil e Estados Unidos para suprir a demanda global por grãos. Com uma rota alternativa incerta e tensões crescentes, a situação no setor agrícola europeu permanece sob considerável pressão.
