Preços do suíno vivo e da carne caem com desaceleração das exportações

Baixo ritmo dos embarques e demanda interna enfraquecida impactam o setor

Foto: Jonathan Campos / AEN

Os preços do suíno vivo e da carne caíram em janeiro, refletindo o baixo ritmo de exportações e a demanda interna enfraquecida. Nos 22 dias úteis do mês, a média diária de embarques de carne suína foi de 3,8 mil toneladas, uma queda significativa de 20,7% em relação ao desempenho de dezembro de 2023, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

No mercado doméstico, a pressão veio das vendas fracas, que foram impulsionadas pelo menor poder de compra da população por conta de despesas extras e do recesso escolar, além da oferta elevada de suínos. Assim, o preço médio do suíno vivo posto no mercado independente registrou queda em várias regiões do país durante o primeiro mês do ano.

Na Grande Belo Horizonte (MG), por exemplo, houve uma retração mensal de 5,8%, com o animal cotado a R$ 6,85/kg. Dentre as praças monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) na região Sul do Brasil, o valor do suíno vivo negociado no Norte do Paraná (PR) apresentou o recuo mais expressivo (-9,2%), chegando a R$ 6,31 o quilo.

No mercado da carne, as carcaças especial e comum suínas seguiram o movimento de queda verificado para o animal vivo, se desvalorizando fortemente de dezembro de 2023 para janeiro de 2024. Os cortes também registraram redução nos preços.

Além disso, as exportações brasileiras de carne suína totalizaram 98,4 mil toneladas em janeiro, um volume 10% inferior ao registrado em dezembro de 2023. A queda dos embarques está ligada à retração das compras dos principais parceiros comerciais do Brasil, especialmente os localizados na Ásia.

Com a desvalorização da carne suína, a competitividade dessa proteína frente às carnes concorrentes, como a de frango e a bovina, aumentou. A queda nos preços da carne suína elevou a sua competitividade, tornando-a mais acessível aos consumidores em relação à avícola.