De acordo com relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) as perspectivas econômicas da China para 2024, projetando um crescimento de 4,6%, uma revisão para baixo em relação à estimativa anterior de 5,4%. Essa projeção, considerada modesta para os padrões chineses, sinaliza um possível ciclo de desaceleração econômica no gigante asiático de 2024 a 2028.
Essa desaceleração, de acordo com especialistas, terá inevitáveis repercussões no mercado internacional, especialmente para exportadores como o Brasil, cuja economia está fortemente ligada ao mercado chinês.
Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, destaca que produtos como carne bovina, de frango, suína, minério de ferro, milho, soja e algodão, entre outras commodities exportadas pelo Brasil, podem ser impactados pela desaceleração econômica chinesa, com especial destaque para as carnes.
Iglesias explica que a crise na suinocultura da China pode levar o país de uma situação de escassez de oferta em 2022 para um excesso de oferta em 2024, resultando em preços enfraquecidos para proteínas animais. Isso significa que a China pode não participar ativamente do mercado global de carnes, recusando-se a pagar preços elevados enquanto enfrenta desafios econômicos e na suinocultura.
Segundo Iglesias, as condições para os preços das carnes devem melhorar apenas no segundo semestre de 2024, quando é esperado um mercado mais equilibrado em termos de carne suína e uma possível recuperação econômica na China. No entanto, ele adverte que não se deve esperar um aumento explosivo nos preços das carnes ao longo do ano.