​Queda expressiva dos preços da soja no mercado interno e externo em janeiro

Desafios climáticos e entrada de safra Sul-Americana afetam preços; comercialização perde ritmo

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Os preços da soja tiveram uma expressiva queda durante o mês de janeiro, tanto no Brasil quanto na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Apesar dos desafios climáticos enfrentados no Brasil, fatores como a entrada de uma safra robusta na América do Sul e incertezas sobre a demanda global contribuíram para essa desvalorização.

Nas principais regiões produtoras do Brasil, como Passo Fundo (RS), Cascavel (PR), Rondonópolis (MT), e Porto de Paranaguá, os preços por saca registraram baixas consideráveis. Essa tendência impactou diretamente a comercialização, que perdeu ritmo pois os produtores focaram na colheita diante das condições de mercado menos favoráveis.

No cenário internacional, na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos mais negociados, com vencimento em março, desvalorizaram-se em 5,8%, encerrando o mês a US$ 12,22 por bushel. Repiques técnicos ocorreram, mas o cenário fundamental, marcado pela entrada de uma grande safra e uma demanda enfraquecida prevaleceu - principalmente por parte da China devido ao feriado do Ano Lunar -, pressionando as cotações futuras.

A colheita adiantada no Brasil, mesmo com desafios climáticos em Mato Grosso, projeta uma produção de pelo menos 150 milhões de toneladas, conforme estimativa da Safras & Mercado. Essa oferta considerável, somada a uma safra cheia na Argentina, onde os produtores, após perdas significativas no ano anterior, esperam colher 52,5 milhões de toneladas, resulta em aproximadamente 30 milhões de toneladas a mais no mercado em comparação com a campanha anterior. Boas projeções também são esperadas para Paraguai e Uruguai.

Além desses fatores, o câmbio apresentou uma recuperação em janeiro, com o dólar subindo 1,73%, alcançando R$ 4,9358. Mesmo assim, a moeda permaneceu abaixo de R$ 5,00, minimizando seu impacto na dinâmica do mercado doméstico de soja.