O vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, anunciou na tarde desta segunda-feira a sua filiação ao PSDB. Ele estava sem partido desde março de 2020, quando se desfilou do Novo, partido do governador Romeu Zema, por divergências com o projeto de lei que reajustava os salários dos servidores da segurança pública do Estado em 41,7%.
Questionado se Brant concorreria como candidato a governador em 2022 ou se voltaria a compor chapa com Zema pela reeleição, o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Paulo Abi-Ackel, disse que ainda não há nada definido.
“É cedo para pensar em qualquer prognóstico com relação à eleição de 2022. A chegada de Paulo Brant abre um leque de possibilidades”, afirmou Abi-Ackel. “Não tenho a menor ideia de qual cargo vou concorrer. Eu não quero cargo, quero encargos”, completou Brant.
O PSDB sinaliza a possibilidade de apoiar Zema em 2022. O atual governador aparece à frente nas pesquisas de intenção de voto, seguido pelo atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Outro nome do PSD no Estado, o senador Carlos Viana disse à rádio Itatiaia que também pretende concorrer ao governo. Para isso, avalia mudar de legenda – caso o partido se decida por Kalil.
O PT também pretende ter candidato próprio em Minas. Por enquanto, o nome mais forte é do deputado federal Reginaldo Lopes.
Na semana passada, Zema afirmou que o Novo ainda não tinha definido como será composta a chapa do partido para concorrer ao governo do Estado. O PSDB integra a base do governo Zema. O líder do governo na Assembleia Legislativa, inclusive, é o deputado estadual tucano Gustavo Valadares.
Brant observou que uma eventual composição do PSDB com o Novo em 2022 em Minas Gerais dependerá da decisão do partido do governador quanto à campanha presidencial. O PSDB terá candidato próprio para concorrer ao Palácio do Planalto e busca palanque no segundo maior colégio eleitoral do país. Caso o Novo também decida lançar candidato a presidente, a aliança estadual não deve sair.
“Hoje, temos expectativa de apresentar um nome que fique longe dos extremos, bem distante da polarização. Temos quatro pré-candidatos que disputam a prévia no partido. Com essa ótica, Paulo Brant é muito bem vindo para reforçar essa corrente política longe dos extremos e longe de renegar a política. Queremos apresentar para Minas e para o Brasil uma alternativa de novos tempos, templos de muito diálogo, muito entrosamento”, disse Abi-Ackel.
Brant afirmou que aceitou o convite do PSDB não só pela história do partido, mas pelo futuro. “Temos uma polarização tóxica, venenosa, paralisante, que nega a política e espalha rancor em toda a sociedade. De outro lado há, um vazio de ideias que nos leva a tentar acreditar que as únicas alternativas são alternativas populistas que apontam para o passado”, discursou.
O vice-governador defendeu que o PSDB seria uma alternativa à “polarização”, oferecendo um ambiente seguro para o empresariado investir, mas mantendo um Estado forte, eficiente e com responsabilidade fiscal.
“Minha divergência com o Novo dizia respeito às ideias do partido, do ponto de vista da agenda econômica. Acho a agenda do Novo muito liberal e subestima a importância do governo no país. Também há uma visão muito exclusivista do partido”, disse, em referência à decisão do Novo, nas eleições anteriores, de concorrer de maneira independente.
Questionado sobre a sua relação com Zema, Brant disse que o governador recebeu “com elegância e serenidade” a sua filiação ao PSDB. “Nossa relação continua a mesma. A eleição é uma construção política que vai depender do Novo, de qual vai ser a postura nacional do Novo. A nossa relação é impecável e não se alterou em nada”, disse o vice-governador.