Foto: ReproduçãoO preço do boi gordo permanece robusto, flutuando em torno de R$ 250 por arroba em janeiro, apresentando apenas um leve recuo de 0,48%, segundo dados do indicador Cepea/B3. Entretanto, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destaca uma atmosfera de incertezas relacionadas à oferta, principalmente devido a fatores climáticos, enquanto a demanda interna mantém-se estável e as exportações registram crescimento.
Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, observa que, apesar do indicador Cepea sugerir R$ 250, as transações efetivas alcançaram no máximo R$ 245 por arroba. Ele destaca os desafios enfrentados pelos frigoríficos para escoar carne neste período, influenciados pela sazonalidade do mercado e pela população com menor capacidade financeira, devido a despesas como material escolar, IPVA e IPTU, levando os consumidores a optarem por alimentos mais acessíveis.
No que diz respeito aos embarques, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, até a segunda semana de janeiro, foram exportadas 86,833 mil toneladas de carne bovina in natura, com uma média diária de 9,648 mil toneladas. Este volume representa um aumento de quase 25% em comparação com janeiro do ano passado, sugerindo a possibilidade de um novo recorde no mês.
Iglesias prevê que 2024 será um ano histórico para as exportações de carne bovina brasileira, atingindo recordes. No entanto, ele aponta para um ponto crítico: o preço pago pelos importadores, atualmente em torno de US$ 4.500 por tonelada. O analista destaca a complexidade na formação de preço, principalmente devido à desaceleração econômica na China e ao excesso de carne suína naquele país, onde o governo busca tornar a atividade rentável novamente.
Em 2023, as exportações brasileiras de carne bovina alcançaram 2,536 milhões de toneladas, um aumento de 8,15% em relação ao ano anterior. No entanto, a receita total diminuiu 17,15%, totalizando US$ 10,845 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
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