08/01/2024 às 10h09min - Atualizada em 08/01/2024 às 10h09min

Incertezas deixam produtores de soja preocupados; mercado externo vai definir preços

Análise minuciosa dos fatores determinantes para a safra brasileira e Impacto da recuperação Argentina

- Da Redação, com Canal Rural
Imagem: Reprodução

O mercado de soja para o ano de 2024 se inicia sob incertezas, com um ambiente desafiador para os produtores brasileiros. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a previsão para o primeiro semestre é de margens apertadas, impulsionadas por uma série de fatores complexos que ameaçam afetar significativamente os preços.

 

Luiz Fernando Gutierrez Roque, analista da Safra &  Mercado, aponta para a origem das dúvidas no tamanho esperado da nova safra brasileira, cuja colheita terá início em breve. O impacto de um fenômeno El Niño vigoroso desde outubro de 2023, caracterizado por problemas climáticos, afetou extensivamente várias regiões do Brasil, resultando em condições desfavoráveis para o desenvolvimento das lavouras. 

 

As regiões Norte, Nordeste e a maior parte do Centro-Oeste enfrentaram um clima pouco úmido e temperaturas elevadas durante o plantio e parte do desenvolvimento das lavouras, reduzindo consideravelmente o potencial produtivo estimado inicialmente em mais de 160 milhões de toneladas para 151,3 milhões de toneladas. 

 

Enquanto isso, a Argentina, após uma quebra histórica em 2023, projeta um potencial produtivo próximo a 50 milhões de toneladas, indicando uma recuperação de cerca de 30 milhões de toneladas em relação à safra anterior, A possibilidade desse aumento argentino impacta diretamente nos contratos futuros em Chicago, Gerando expectativas sobre o mercado no primeiro semestre, 

 

Roque enfatiza a importância dessa produção argentina para a safra sul-americana, podendo pressionar as cotações nos próximos meses e influenciar os embarques brasileiros de soja, farelo e óleo, refletindo nos prêmios de exportação, cruciais na formação dos preços.

 

A Safras projeta um primeiro semestre com margens apertadas para os produtores brasileiros, sem força para recuperação de preços. A mudança desse panorama dependerá do aumento das perdas no Brasil e/ou de perdas importantes na Argentina.

 

O segundo semestre concentrará a atenção na nova safra norte-americana, cujo plantio começa entre abril e maio. A área de soja pode registrar crescimento, impactando a produção norte-americana e influenciando diretamente o mercado global, especialmente para os últimos meses de 2024.

 

A consultoria espera um segundo semestre com preços menos pressionados para o Brasil devido à menor disponibilidade de soja devido às perdas produtivas. No entanto, ressalta que o desfecho do ano ainda será determinado pela safra norte-americana, tornando vital a atenção contínua a um mercado que verá o retorno de um importante player internacional.


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