O Brasil encerrou o ano de 2023 com uma marca histórica no setor agrícola, consolidando-se como o principal exportador mundial de milho. De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou um total de 55,9 milhões de toneladas do cereal, um aumento notável de 12,7 milhões de toneladas em relação ao ano anterior.
No último mês do ano, as exportações mantiveram um ritmo acelerado, totalizando 6.063.815,9 toneladas de milho não moído destinadas ao mercado internacional. Essa cifra representa aproximadamente 97,14% do volume exportado em dezembro de 2022 (6.244.707,6 toneladas), com uma média diária de embarques de 303.190,8 toneladas ao longo de 20 dias úteis.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), em sua projeção, estimou um volume menor, cerca de 7,17 milhões de toneladas de milho para todo o mês de dezembro de 2023. Contudo, os números superaram as expectativas, destacando o desempenho excepcional do país no comércio internacional do cereal.
João Pedro Lopes, Analista de Inteligência de Mercado da StoneX, ressaltou o papel crucial das exportações para manter a estabilidade dos preços do milho ao longo do ano de 2023. Ele comemorou a posição de destaque alcançada pelo Brasil como o maior exportador mundial do grão durante o ano.
Apesar do recorde em volume, em termos financeiros, o Brasil registrou uma receita total de US$ 1,390 bilhão no período, representando uma queda de 23,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi de US$ 1,810 bilhão. A média diária de arrecadação também diminuiu, alcançando US$ 69,549 milhões por dia útil, comparado aos US$ 82,290 milhões de dezembro do ano passado.
Além disso, o preço por tonelada apresentou uma redução de 20,9%, saindo de US$ 289,90 no ano anterior para US$ 229,40 no último mês de 2023. Essa diminuição, embora tenha impactado o valor por tonelada, não comprometeu a quantidade exportada, mantendo o Brasil como líder global no mercado de milho.