28/12/2023 às 09h47min - Atualizada em 28/12/2023 às 09h47min
Crise no Mar Vermelho ameaça rotas de comércio e logística global e pode afetar o Brasil
Ataques na região causam mudanças nas rotas de navegação e preocupam operadores logísticos
- Da Redação, com MoneyTimes
Foto: Reprodução Os recentes ataques perpetrados pelos Houthis, grupo rebelde do Iêmen, no Mar Vermelho, têm causado uma reviravolta no tráfego marítimo internacional. Empresas renomadas como BP e a Mediterranean Shipping Company (MSC) tomaram medidas preventivas, alterando rotas ou suspendendo a passagem pelo Canal de Suez, elo que liga os mares Mediterrâneo e Vermelho.
Essa série de ataques gerou impactos diretos nos preços do petróleo, com o barril do petróleo Brent ultrapassando a marca de US$ 80,00. Os Houthis têm direcionado ataques a navios que se destinam a Israel ou carregam carga do país, inclusive embarcações sem qualquer vínculo com Israel, como no caso do incidente envolvendo o MT Swan Atlantic. Apenas navios de ajuda humanitária e da Cruz Vermelha têm livre circulação.
A tensão é mais aguda na região do Estreito de Mandeb, ponto crucial que conecta o Mar Vermelho ao Oceano Índico, separando os continentes Ásia e África. Diante dessa instabilidade, os navios têm optado por rotas mais longas pela África Austral, acrescentando dias e custos significativos às viagens.
Impactos para o Brasil
Embora o Brasil utilize pouco essa rota, seu impacto atinge segmentos comerciais nacionais ligados ao Oriente Médio. Mario Veraldo, CEO da MTM Logix, empresa logística no Brasil, alerta para possíveis impactos nas exportações de carne, visto que cerca de 21% desse segmento transita pelo Canal de Suez.
A MTM Logix também prevê um aumento geral nas tarifas de transporte e sobretaxas devido ao contexto de guerra, afetando potencialmente todos os serviços ligados ao comércio marítimo.
Embora não se equipare à situação de 2021, quando o Brasil foi afetado pelos aumentos nos fretes após o fechamento dos portos chineses durante a pandemia de Covid-19, a situação atual pode ter repercussões no mercado nacional.
A suspensão do transporte de petróleo e gás natural liquefeito pela Maersk, empresa marítima de grande porte, pode gerar um efeito cascata em países compradores desses recursos, afetando diretamente o Brasil.