16/08/2021 às 11h00min - Atualizada em 16/08/2021 às 14h11min

Dólar sobe até R$ 5,29 com exterior negativo e riscos locais

O dólar e os juros futuros operam em alta moderada nesta segunda (16), acompanhando a piora dos ativos de risco nos mercados internacionais, enquanto agentes de mercado mantinham-se atentos ao desenrolar da questão fiscal e política em âmbito doméstico.

Pouco antes de 10h15, o dólar ganhava 0,16%, saindo a R$ 5,2537 no mercado de câmbio à vista, após bater máxima a R$ 5,2972. Com os investidores em busca de ativos de segurança, a moeda americana se valorizava em relação a divisas fortes e em comparação à maioria das emergentes pares do real.

No mercado de juros futuros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 ia de 6,63% no ajuste anterior para 6,595% e o do DI para janeiro de 2023 avançava de 8,34% para 8,36%; o do contrato para janeiro de 2025 tinha alta de 9,40% para 9,42% e o do DI para janeiro de 2027 subia de 9,82% para 9,83%.

“A aversão ao risco predomina e os mercados iniciam a semana no campo negativo”, diz o Bradesco, em boletim diário. O banco aponta que pesam sobre os negócios o resultado dos indicadores da China abaixo do esperado, depois que a produção industrial e as vendas do varejo em julho cresceram menos que as expectativas na margem, favorecendo a leitura de perda de tração da segunda maior economia do mundo.

Além disso, diz o Bradesco, eleva a preocupação do mercado o aumento de casos de covid-19 derivados da variante delta nos EUA, no Reino Unido e em países asiáticos, o que pode, desta forma, frear a recuperação cíclica global.

A escalada de tensão entre o Executivo e o Judiciário reforça a cautela com os ativos domésticos, após o presidente Jair Bolsonaro ter dito no fim de semana que pedirá ao Senado Federal a instauração de processos contra os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

O front político reserva também uma pauta importante no Congresso Nacional, o que tende a manter os ativos locais pressionados. A votação da reforma do Imposto de Renda, prevista para amanhã, e a definição para os precatórios, com medidas que podem ferir o teto dos gastos, estão no foco dos investidores.

Em entrevista concedida ao Valor na última sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, sem a adoção de regras para o parcelamento de precatórios devidos pela União, o governo terá de suspender o funcionamento de órgãos públicos e até mesmo o pagamento de salários de servidores. Para ele, a maior resistência às mudanças que o governo propôs nas regras do IR vem de quem ele chama de “super ricos”.

(Valor Econômico)

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