12/08/2021 às 18h00min - Atualizada em 12/08/2021 às 18h00min

Líderes do Senado são contra volta das coligações, mas consideram tema sensível

A possível volta das coligações partidárias nas eleições proporcionais não agradou alguns dos principais líderes do Senado. A possibilidade está sendo discutida no âmbito da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma eleitoral, aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados

No Senado, as bancadas ainda aguardam a votação da PEC em segundo turno para discutir o assunto oficialmente, mas a proposta contrariou representantes das legendas mais representativas da Casa. Apesar disso, esses senadores admitem que o tema é sensível porque se refere aos mandatos proporcionais, como os deputados, enquanto que os seus mandados são majoritários.

"É um tema complicado, muitos senadores são pessoalmente contra a volta das coligações. Mas esse é um assunto da Câmara, afeta a eles e não a nós, que somos cargo majoritário. Então, isso dificulta a gente reverter a decisão deles", afirmou o líder do PSDB no Senado, senador Izalci Lucas (DF).

À frente de um bancada de 11 senadores, o líder do PSD, Nelsinho Trad (MS), também admitiu ser contra a ideia. "Pessoalmente, eu sou contra voltar coligação, mas não é uma posição do partido, é minha. O PSD vai reunir a bancada segunda-feira para discutir e firmar uma posição."

O Valor apurou que o assunto também gerou repercussão negativa no MDB. O partido ainda vai marcar uma data para debater este tópico com toda a bancada, mas parlamentares da sigla adiantam, em caráter reservado, que consideram a proposta uma "violação", já que esta questão foi debatida pelo Congresso há pouco tempo.

As mudanças também não contam com apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Recentemente, ele se manifestou publicamente contra o retorno das coligações proporcionais.

"Eu tenho uma opinião pessoal manifestada sobre isso, inclusive quando eu era deputado. Eu votei contra o distritão. Sempre defendi a proposta de 2017, o sistema proporcional sem coligações e com cláusula de desempenho", explicou o presidente do Senado na terça-feira, antes da votação da Câmara.

"Eu, particularmente, continuo na defesa do sistema eleitoral proporcional com essas condições que temos hoje e alguns ajustes que, naturalmente, precisam ser feitos, mas sem desnaturar a essência do sistema eleitoral. Portanto, eu tenho uma opinião contrária à tese do distritão, mas, como presidente do Senado, nós vamos dar o tratamento legislativo devido."

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