O BTG Pactual afirmou que a Hapvida publicou resultados fracos no segundo trimestre, que vieram um pouco abaixo da estimativa já pessimista do banco, devido ao impacto dos tratamentos com covid-19 durante o período.
A empresa apresentou uma receita líquida de R$ 2,4 bilhões (3% abaixo da projeção), um aumento de 16% ano a ano, impulsionada pela consolidação de novos ativos. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 52% no ano, para R$ 292 milhões.
Para a XP, o desempenho da Hapvida foi positivo no período, com a alta da receita decorrente do aumento no número de beneficiários e do tíquete médio. Mas a margem da empresa foi pressionada com a alta na sinistralidade e queda no Ebitda, o que era esperado.
“No entanto, devemos observar que o número de casos covid-19 está diminuindo rapidamente e devemos observar uma melhora na sinistralidade já no terceiro trimestre, o que reforça nossa visão de que a pressão nos resultados é transitória”, escrevem os analistas Vitor Pini e Matheus Soares, da XP.
A sinistralidade caixa veio mais forte no ano, 14 pontos percentuais a mais que no segundo trimestre de 2020, e o aumento das provisões técnicas, como as provisões do SUS, que aumentaram 171% no ano para R $ 46 milhões, enquanto a provisão de eventos ocorridos e não realizados totalizou R$ 15 milhões.
“Apesar dos resultados da Hapvida definitivamente não terem vindo bons, eles foram indiscutivelmente prejudicados pela covid-19, em uma dinâmica que não irá durar por muitos trimestres”, diz a equipe de análise do BTG.
“Dito isso, gostamos dos aspectos recorrentes dos resultados da Hapvida, como aumento do tíquete médio, boa sinistralidade sem a covid e crescimento orgânico. Continuamos otimistas quanto a tese de investimento em Hapvida”, diz o relatório do BTG.
O maior custo relacionado aos tratamentos da covid-19 representou 6,4% das vendas, enquanto a maior sinistralidade nos ativos adquiridos recentemente representou 0,5%, então a XP faz a conta que retirando esses efeitos, a sinistralidade teria sido de 59,7%, comparável a níveis pré-pandemia.
O preço-alvo das ações é de R$ 19 e a recomendação é de compra, segundo o BTG. Pela manhã, as ações da Hapvida lideravam as altas do Ibovespa, com valorização de 2,58%, a R$ 14,32.
A XP tem recomendação de compra para Hapvida, com preço-alvo em R$ 19, potencial de alta de 36,1% sobre o fechamento de ontem.