12/08/2021 às 15h00min - Atualizada em 12/08/2021 às 15h00min

Dólar e juros futuros sobem com riscos locais e dados de serviços no radar

O dólar comercial opera em alta leve nesta quinta-feira, com investidores aguardando o desenrolar de discussões importantes em Brasília, como o projeto de reforma do imposto de renda, a PEC dos precatórios e a definição do novo Bolsa Família. Por volta das 13h10, a moeda americana subia 0,23%, R$ 5,2337.

Lá fora, o dia sem maiores atrativos faz com que as moedas emergentes não apresentem sinal único. No horário acima, o dólar caía 0,24% contra o peso mexicano e 0,67% frente à lira turca, mas subia 0,19% na comparação com o rublo russo e 0,91% frente ao rand sul-africano.

"Congresso segue discutindo os temas ficais (precatório, Auxílio Brasil e teto de gastos) e Câmara prorrogou a votação da reforma do IR. Investidores aguardam o andamento e a aprovação dos projetos e neste clima de espera, dólar e juros mais fortes e bolsa mais fraca", nota o diretor da WIA, José Faria Junior, em comentário matinal.

A indefinição política, em especial sobre o futuro do novo benefício e a forma como ele será financiado, tem angustiado o mercado financeiro nos últimos dias, uma dinâmica que pode se estender "por meses", nota um gestor local, dado que o tema ainda deve passar por todo o processo de apreciação dos parlamentares antes de ser aprovado.

Paralelamente, a dinâmica da inflação também divide atenção (e as preocupações) dos investidores. Divulgado hoje, o volume de serviços cresceu 1,7% em junho, muito acima da mediana das expectativas de crescimento de 0,4% na margem, segundo mediana apurada pelo Valor Data.

Após a divulgação do dado do IBGE, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que o setor e a crise hídrica acabaram pressionando a inflação no curto prazo, com efeitos para as expectativas. Em evento promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Campos também salientou ainda que as expectativas estão, nesse momento, "muito ligadas à questão fiscal”.

O cenário difícil para as reformas pretendidas pelo governo, que tem cada vez menos tempo hábil antes do início do ciclo eleitoral e ainda concorre com rusgas e crises criadas pelo presidente Jair Bolsonaro, voltou a ocupar espaço das análises lá fora.

"A intenção de Bolsonaro de ganhar votos dos mais pobres está longe de estar assegurada. Embora sua popularidade tenha chegado ao ápice durante a concessão do benefício emergencial, não há garantia que o mesmo funcionará este ano. Em parte porque a inflação tem erodido o poder de compra da classe trabalhadora. Além disso, muitos eleitores dessa faixa podem ainda entender que o pai do Bolsa Família é o ex-presidente Lula, com pesquisas de opinião mostrando que estes votarão no petista", nota a TS Lombard em relatório recente.

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