12/08/2021 às 12h00min - Atualizada em 12/08/2021 às 12h00min

Disponibilidade de vacinas influenciará menos no ritmo de recuperação das economias, diz BC

A disponibilidade de vacinas será um fator menos preponderante no ritmo de recuperação das economias nos próximos meses, avaliou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento on-line da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Segundo o dirigente, "nos próximos meses o fator fundamental não vai ser tanto a disponibilidade da vacina, mas sim a rejeição à vacina".

Diante das novas variantes do coronavírus, como a delta, diversos países com taxas mais elevadas de vacinados têm voltado a apresentar aumento de casos. O repique da covid-19, porém, tem se concentrado principalmente entre a população não vacinada. "Quando a gente compara o número de casos e óbitos vemos que a vacinação é bastante efetiva", acrescentou Campos Neto.

Segundo o presidente do BC, "os óbitos é que geram o efeito de medo e menor mobilidade e têm sido responsáveis em grande parte, pelos efeitos da pandemia sobre a economia".

  • Leia mais: Total de mortes por covid-19 no Brasil ultrapassa 565 mil

Conforme Campos Neto, "há países com disponibilidade de vacinas, mas com aumento de rejeição à imunização". O presidente do BC citou os Estados Unidos, que registram um índice relativamente alto de rejeição às vacinas. "Já vi vários números diferentes, mas no geral, os EUA apresentam uma rejeição de 20% a 25% e atingiu mais de 50% da população adulta imunizada, mesmo sendo um país que tem uma disponibilidade maior de vacinas."

No caso do Brasil, o índice de rejeição é pequeno ainda. "Quando a gente olha a população mais idosa, o índice de completamente vacinados está bastante elevado, com uma pequena rejeição", disse.

  • Leia mais: Reabertura é precipitada, afirma Vecina

Recuperação na América Latina

O ritmo de recuperação das economias na América Latina tem sido mais rápido que o antecipado, avaliou Campos Neto. "Os países já estão [com a atividade] próximo do nível pré-pandemia e com projeções de PIB que foram revisadas sucessivamente para cima", acrescentou.

"Quando a gente olha mais o mundo emergente, vemos que os países que tiveram maiores gastos, como o Brasil, tiveram recuperação mais rápida", apontou. Mas, ponderou o presidente do BC, "ao longo do tempo tem uma convergência [no ritmo de recuperação]".

Campo Neto citou que, na América Latina, o legado dos estímulos fiscais foi um alto nível de endividamento. "No caso do Brasil, um país altamente endividado, começamos a ver um impacto associado à percepção de piora fiscal", afirmou.

Para Campos, "qualquer notícia que leve os agentes econômicos a entender que tem uma desestabilização fiscal tem influência" e "as curvas [futuras] já começam a apressar um movimento de subida de juros".

Link
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.