Ipea revisa crescimento do PIB agro para 15,5% em 2023

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) anunciou nesta segunda-feira (25) uma revisão otimista nas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário em 2023, elevando a estimativa de 13,2% para 15,5%.
 
Esta correção se deve, em grande parte, ao desempenho excepcional do setor no segundo trimestre, impulsionado por revisões positivas nas previsões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para culturas agrícolas-chave, como soja e milho, bem como pelo sólido desempenho na produção de bovinos e aves.
 
O valor adicionado da agropecuária, que representa a produção total no setor, descontado o consumo intermediário, teve um crescimento notável de 17% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2022, somando-se ao impressionante aumento de 18,8% no primeiro trimestre.
 
A produção de soja na região Sul desempenhou um papel crucial, com um crescimento estimado de 61,4%. O milho também contribuiu significativamente, com sua estimativa de crescimento atualizada de 16%, impulsionada pelo avanço previsto de 17,5% na segunda safra.
 
Além disso, as revisões positivas nas estimativas de crescimento da produção de cana-de-açúcar e algodão também foram notáveis. A cana-de-açúcar, o terceiro produto mais relevante na lavoura, teve sua previsão de alta revisada de 6,6% para 8,6%, enquanto o algodão apresentou a maior revisão em pontos percentuais, avançando de 2,9% para 10,0%.
 
No que diz respeito aos produtos pecuários, bovinos e frangos também registraram crescimento acima do esperado no segundo trimestre, com aumentos de 10,8% e 7,2%, respectivamente. Como resultado, o Ipea revisou suas projeções para essas duas culturas, agora prevendo altas de 7,0% e 6,3%.
 
No entanto, apesar do cenário otimista para 2023, o Ipea prevê um ambiente próximo à estabilidade em 2024, com uma leve expansão de apenas 0,4% no valor adicionado do setor agropecuário. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um aumento de 5,1% na produção de soja, mas prevê quedas nas produções de milho (9,1%) e algodão (5,5%). A pecuária deve ter um ano favorável, com destaque para frangos e suínos, enquanto a perspectiva para a produção de bovinos, que representa a maior contribuição para o valor adicionado do setor, permanece estável.