14/09/2023 às 11h55min - Atualizada em 14/09/2023 às 12h05min

Safra agrícola alcançou em 2022 valor de produção recorde de R$ 830,1 bilhões, diz IBGE

POR ESTADÃO CONTEÚDO
ESTADÃO CONTEÚDO

Rio, 14 - A safra agrícola brasileira alcançou valor de produção recorde de R$ 830,1 bilhões em 2022, crescimento de 11,8% ante o registrado no ano anterior. Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2022, divulgada nesta quinta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O IBGE destaca que, com a restrição do comércio de algumas commodities agrícolas, como milho e trigo, por conta dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, e o dólar valorizado ante o real, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais mantiveram-se em patamares elevados. "Como resultado, a produção agrícola brasileira em 2022 apresentou novo crescimento no valor de produção", justificou o IBGE.

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 263,8 milhões de toneladas no ano passado, 3,8% acima de 2021. A área colhida chegou a 90,4 milhões de hectares, 5,4% superior à de 2021.

"O ano foi marcado pela ocorrência de uma estiagem prolongada que teve início ainda em novembro de 2021, durante o desenvolvimento das culturas em algumas unidades da federação produtoras, principalmente nos Estados da Região Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo, e que foi responsável pelo declínio da produção de algumas culturas, como soja, arroz e a primeira safra de milho, que tiveram suas produtividades severamente afetadas pelas adversidades climáticas", lembrou o instituto. "Contudo, as principais culturas temporárias com predomínio de cultivo na segunda safra, mais notadamente o milho, apresentaram boa recuperação, após problemas climáticos enfrentados no ano anterior, que afetaram a produtividade em diversas Unidades da federação", ponderou.

A produção de soja, de 120,7 milhões de toneladas, foi 10,5% menor que a de 2021, mas alcançou R$ 345,422 bilhões em valor de produção em 2022, aumento de 1,3% ante o ano anterior.

O milho alcançou 109,4 milhões de toneladas, 24,0% mais que a produção de 2021, somando R$ 137,744 bilhões em valor bruto, um acréscimo de 18,6% ante o ano anterior.

A cana-de-açúcar totalizou 724,4 milhões de toneladas, alta de 1,2% na safra ante 2021, somando R$ 93,478 bilhões no ano passado, um crescimento de 24,2% em relação ao ano anterior.

A safra de café, de 3,2 milhões de toneladas, 6,3% superior à de 2021, teve um valor de produção de R$ 51,814 bilhões, crescimento de 48,8% em um ano.

A produção de algodão, de 6,4 milhões de toneladas, 12,4% maior que a de 2021, gerou R$ 33,135 bilhões em valor de produção em 2022, aumento de 25,2% em relação ao ano anterior.

Os demais destaques no ranking de valor de produção em 2022 foram trigo em grão (R$ 15,697 bilhões, alta de 42,6% ante 2021), arroz em casca (R$ 15,530 bilhões, queda de 18,9% ante 2021), mandioca (R$ 15,298 bilhões, alta de 19,9%), laranja (R$ 14,367 bilhões, alta de 14,6%) e feijão em grão (R$ 12,374 bilhões, alta de 2,7%).

"Mesmo com registro de adversidades climáticas que afetaram a produtividade na região Centro-Sul do País, houve em 2022 a maior safra de grãos registrada na série histórica do IBGE. Mais uma vez foi possível observar a ampliação das áreas plantadas de soja e milho, as duas principais culturas nacionais, impulsionadas pelos bons resultados alcançados nas últimas safras, aliados aos preços das principais commodities, que se mantiveram em patamares elevados. A cultura da soja, responsável por quase metade do volume de grãos produzidos no País, apresentou queda no rendimento médio nacional, principalmente por causa dos efeitos da estiagem sobre as lavouras em importantes Estados produtores. Contudo, nesse ano a produtividade dos grãos na segunda safra nacional, principalmente do milho, que foi severamente castigado no ano anterior, compensou em grande parte as perdas registradas na soja", explicou o IBGE.

Mato Grosso concentrou o maior valor de produção em 2022, com R$ 174,8 bilhões, alta de 15,2% ante 2021, seguido por São Paulo (R$ 103,0 bilhões e aumento de 22,5%) e Minas Gerais (R$ 87,3 bilhões e elevação de 28,1%).


Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
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