Na indústria regional, 10 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam patamar de produção da indústria inferior ao registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional). Na indústria geral, o nível de produção está igual ao do pré-pandemia.
Dos dez locais em patamar inferior ao de fevereiro de 2020, destacam-se a Bahia (-28,5%) e o Nordeste (-17,5%). Nos dois casos, há influência do fechamento da fábrica da Ford em Camaçari, região metropolitana de Salvador. A terceira região com pior desempenho é o Pará (-13%). Também aparecem no campo negativo Espírito Santo (-7,6%), Mato Grosso (-4,9%), Ceará (-4,1%), Pernambuco (-4%), Paraná (-2,7%), Rio Grande do Sul (-1,5%) e Goiás (-1,4%).
No outro lado, as cinco regiões que já conseguiram ultrapassar o patamar pré-pandemia são Minas Gerais (+15,5%), Amazonas (+9,4%), Santa Catarina (+6,1%), Rio de Janeiro (+4,2%) e São Paulo (+3,4%).
“Esses dados mostram que há ainda certa instabilidade em relação à compensação [das perdas da pandemia] e se observa um ambiente ainda muito cauteloso na indústria nacional”, diz Bernardo Almeida, gerente da pesquisa.
Após avançar em maio, recuperando parte das perdas de abril, a indústria paulista voltou a recuar em junho, com retração de 0,9% da produção industrial rente a maio, na série com ajuste sazonal.
Principal parque industrial do país, com cerca de 34% de peso na atividade industrial nacional, São Paulo teve desempenho instável ao longo de 2021. A produção avançou 1% em janeiro, recuou 1,5% em fevereiro e teve variação de 0,1% em março. Em abril, mês de amplas restrições de atividades no Estado, houve perda de 4,6%, em parte compensada pelo aumento de 3,3% em maio.
“Com a flexibilização das medidas de restrição de funcionamento em maio, a indústria paulista avançou e compensou parte do que tinha perdido em abril. Mas em junho se observa mais uma vez o impacto da conjuntura econômica, com ambiente de incertezas, baixo número de contratações e poder de consumo das famílias em queda”, explica o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.
No recuo de 0,9% da produção entre maio e junho, diz ele, a maior influência veio do setor automobilístico, que é o mais importante da indústria paulista, com peso de 16,1%. “O setor de veículos foi a principal influência negativa neste resultado. Mas também contou a produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que inclui eletrodomésticos e eletroportáteis”, afirma.
Almeida aponta que a falta de matérias-primas e o aumento de custos, provocados pela desorganização da cadeia produtiva trazida pela pandemia, influenciam de forma intensa esses dois setores, um movimento que também tem se refletido em outros segmentos.