10/08/2021 às 17h00min - Atualizada em 10/08/2021 às 17h00min

Ibovespa cai e opera na casa de 122 mil pontos pressionado por incertezas locais

O Ibovespa não conseguiu se sustentar próximo da marca da estabilidade, patamar em que vinha operando desde o início do dia, e ampliou as perdas nesta tarde de terça-feira, pressionado por fatores domésticos. Mesmo com a alta de empresas relacionadas a commodities, que se recuperam na esteira da melhora dos preços dos materiais básicos no exterior, companhias relacionadas ao ciclo de crescimento local recuam no pregão de hoje, puxando o índice para baixo.

Perto de 16h40, o Ibovespa recuava 0,55%, aos 122.338 pontos, próximo das mínimas do dia de 122.251 pontos.

Impulsionadas pela aprovação do pacote de infraestrutura nos Estados Unidos e pela recuperação nos preços do minério de ferro, as ações da Vale ON subiam 1,08% e os papéis da Petrobras ON tinham ganhos de 0,49%.

Em sentido contrário, quase todos os setores da bolsa brasileira relacionados à atividade doméstica operavam em queda firme no pregão de hoje. Bancos recuavam em bloco: Itaú PN cedia 1,67%, Banco do Brasil ON perdia 2,16% e Bradesco PN registrava baixa de 1,18%.

Segundo Rodrigo Moliterno, sócio-fundador da Veedha Investimentos, há três grandes fatores de indefinição pesando nos negócios locais. O primeiro é a incerteza acerca das reformas e dos gastos fiscais do governo, o que ficou evidente com a piora do mercado após as declarações do relator da reforma tributária, Celso Sabino (PSDB-PA).

Além disso, há ainda incertezas relacionadas ao ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central, que pode diminuir a atratividade da renda variável e, por fim, os riscos políticos, que se avolumaram nos últimos dias e ainda demonstram temperatura elevada.

"Pelos resultados que a gente vem acompanhando, você vê que, no ambiente microeconômico, as empresas se organizaram, deram resultado e estão produzindo. Houve aumento de receita, e a demanda está crescendo. Os resultados estão bem acima das expectativas dos analistas", afirma o executivo.

"O que nos emperra é sempre esse nosso ambiente macroeconômico. Não pode estar tudo caminhando tranquilamente que sempre tem algum fato para destoar. Hoje as perspectivas sobre os juros, a reforma tributária e o risco político deram um pouco de desânimo, apesar dos resultados das empresas", afirmou.

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