A inflação de serviços acelerou de 0,23% em junho para 0,67% em julho, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A aceleração foi puxada principalmente por passagens aéreas, que tiveram alta de 35,22% em julho após deflação de 5,57% um mês antes, mas também foi espalhada entre outros itens, como transporte por aplicativo (9,31%), aluguel de veículo (9,34%), aluguel residencial (0,93%) e mudança (2,66%).
O analista da pesquisa André Filipe Guedes Almeida ressaltou que houve espalhamento da alta entre diferentes serviços – como naqueles relacionados a automóveis -, mas evitou falar em pressão de demanda para explicar o movimento de aceleração observado entre junho e julho na inflação de serviços.
“A gente não precisa categoricamente isso [pressão de demanda], porque há diversos fatores que influenciam os preços de serviços. Podem subir tanto por aumento de demanda como por repasse de custos do empresário para o consumidor final, como no caso de combustíveis e energia. Não dá para identificar, a gente não faz esse tipo de afirmação”, afirmou o analista.
No caso das passagens aéreas, Almeida citou uma possível influência do período de férias de julho para a alta de preços. O IBGE capta a alta dos preços de passagens aéreas para o mês, a partir de pesquisas realizadas dois meses antes.
No resultado acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 2,24% em junho para 3,03% em julho.