As aquisições das companhias Cansei de Ser Gato e Zee.Dog não devem impedir a varejista do segmento de animais de estimação Petz de ir ao mercado. “Continuamos prospectando”, disse o presidente Sergio Zimerman, em teleconferência com analistas para falar dos resultados do segundo trimestre de 2021.
De acordo com o executivo, a companhia teve mais parcimônia para fazer os movimentos de compra, não valia o “comprar por comprar”. “Novas aquisições sempre vão seguir a lógica de acrescentar algo novo ao consumidor. Podemos considerar um M&A [sigla em inglês para fusões e aquisições] de mais do mesmo que adicione volume, mas quando pensamos em ecossistema é no estilo de Cansei de Ser Gato e da Zee.Dog”, disse.
O objetivo da Petz é criar um ecossistema que integre vendas, serviços, criação e conteúdo no segmento pet. É nesta lógica que Zimerman acredita conseguir ter vantagem competitiva e abocanhar uma fatia de mercado que ainda está nas mãos de pequenos varejistas pet. “Vemos de uma maneira macro que 50% do mercado está com pequenos petshosp. Nos próximos dez anos acreditamos que isso tende a ser 25%, como na Inglaterra. O que esperamos é ser o ecossistema com maior capacidade de pegar esses pontos percentuais (25 pontos).”
Questionado sobre a atuação dos concorrentes, Zimerman afirmou que a rede Cobasi e a plataforma Petlove são “bastante admiradas” por eles. “Acreditamos que vão crescer também nos próximos anos, mas queremos abocanhar uma fatia maior do que eles. O que acreditamos é que nosso ecossistema vai fazer diferença.”
O diretor financeiro da Petz, Diogo Bassi, indicou, por sua vez, que a expansão da rede deve seguir focada na nacionalização da marca. “Nosso [planejamento] de novas lojas continua priorizando unidades fora de São Paulo”, disse.
No segundo trimestre de 2021, a companhia abriu sete novas lojas, totalizando o número recorde de 35 inaugurações nos últimos 12 meses e chegando a 143 unidades. “Estamos bastante confiantes em entregar o plano de abertura de 30 a 40 lojas neste ano”, afirmou Zimerman.
Atualmente, do total de lojas, 40% já são fora do território paulista. Um ano antes, esse índice era de 36%. No segundo trimestre, a companhia chegou também à região Norte do país, com uma loja em Palmas (TO) e outra em Manaus (AM).
De acordo com o executivo, as lojas em praças novas têm sido uma surpresa positiva, impulsionada pela dinâmica com o canal digital. “Estamos indo para praças para cada vez mais distantes e percebemos que a loja já chega com uma marca muito conhecida e esperada, eliminando investimentos de marketing. É justamente pela operação do digital, que precede a operação física”, afirma.
Ele acrescenta que a chegada da operação física, por sua vez, também consegue impulsionar a operação digital, pois melhora o nível de serviço. Com a loja, os fretes muitas vezes passam a ter preços menores ou serem gratuitos e os prazos de entrega se reduzem “abruptamente”, nas palavras de Zimerman. “Fazendo com que esse canal fique muito sólido na comparação com todo o restante do mercado.”
Além das lojas Petz, a companhia está engajada em nacionalizar marca Seres, sua rede de saúde veterinária. No trimestre, o número de unidades chegou a 120, sendo 10 hospitais e nove Estados atendidos. “Seres cresceu 50% [em receita], impulsionada por maturação das unidades e por aberturas”, disse Bassi.