20/07/2023 às 10h17min - Atualizada em 20/07/2023 às 10h17min
Bombardeio em porto na Ucrânia eleva preços de trigo e gera incertezas
De acordo com o Rabobank, os preços globais dos grãos continuarão voláteis
- Da Redação, com Safras & Mercado
(Foto:divulgação) O bombardeio russo à infraestrutura portuária em Odesa, na Ucrânia, favoreceu uma forte alta nos preços do trigo na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Esse evento se deu após a Rússia sair do acordo de grãos do Mar Negro, do qual o porto de Odesa, era uma linha crucial para as exportações de grãos. Essa situação gerou incertezas no mercado e contribuiu para a elevação dos preços do trigo.
De acordo com o analista de grãos do Rabobank, Dennis Voznesenski, os preços globais dos grãos, incluindo o trigo, continuarão voláteis até que o mercado seja capaz de compreender plenamente o impacto da retirada da Rússia do acordo de grãos. A Ucrânia tem buscado construir caminhos alternativos para suas exportações desde o início da guerra, porém, até o momento, essas rotas não são suficientes para compensar totalmente a perda do acesso ao Mar Negro.
Além disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as condições das lavouras americanas de trigo primavera. Segundo o relatório do USDA, até 16 de julho, 51% das lavouras estavam entre boas e excelentes condições, superando as expectativas do mercado, que esperava um índice de 47%. Essa melhora nas condições das lavouras de trigo primavera também contribuiu para o aumento nos preços do trigo na CBOT.
No fechamento, os contratos com entrega em setembro eram cotados a US$ 6,70, 3/4 por bushel, com uma alta de 17,00 centavos de dólar, ou 2,6%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em dezembro eram negociados a US$ 6,90, 1/2 por bushel, apresentando um ganho de 16,75 centavos, ou 2,48%, em relação ao fechamento anterior.
Esses eventos e dados indicam a volatilidade no mercado de grãos, principalmente em relação ao trigo e às incertezas geradas pelos acontecimentos na região do Mar Negro, que podem impactar o cenário global das exportações de trigo e a produção nos Estados Unidos.