Segundo os produtores de uva de mesa do Cerrado brasileiro o cultivo dessa cultura chegou para ficar. O motivo, segundo eles, é a qualidade final do produto. O gerente da fazenda Monte Branco, em Padre Bernardo, Goiás, “temos recebido muitos elogios e isso é motivo de muita satisfação para a gente”, conta.
A fazenda Monte Branco é referência nessa cultura na região. No pico da safra, colheu 17 toneladas por hectare. A propriedade tem 20 hectares plantados, mas a área deve dobrar em pouco tempo. Segundo a Embrapa, a variedade plantada na é a BRS Vitória.
Na fazenda, de propriedade da nutricionista Adriana Fernandes, a uva de mesa começou a ser cultivada há 4 anos. Adriana decidiu investir em frutas e hoje diz que percebeu "que a maior parte das frutas vinha de fora. Hoje colhemos uvas num dia e no outro o produto já está na atacadista. Chega fresco ao consumidor, o que é muito bom", diz.
Segundo Adriana, o grande desafio para esta cultura na região e a mão de obra especializada, que não existe. "Trata-se de um fruto delicado, que necessita de cuidados tanto na poda quanto na colheita. A falta de pessoal capacitado para trabalhar é de fato um gargalo", avalia.
Exemplo
A fazenda Monte Branco é hoje a referência. Tanto que recebeu um grupo formado por extensionistas da Emater-DF e pesquisadores da Embrapa para uma visita técnica realizada dentro da programação do curso de capacitação em fruticultura tropical que está sendo promovido pela Embrapa Cerrados, Emater DF e Superintendência Federal de Agricultura do DF (MAPA) e conta com a parceria da Emater-GO, Emater-MG, Senar e da Rota da Fruticultura - Ride DF.
Segundo texto da assessoria de imprensa da Embrapa, o pesquisador João Dimas compartilhou com os participantes da visita técnica sua grande experiência com o cultivo da uva em ambientes tropicais. Falou sobre as principais cultivares, práticas culturais e sobre o grande potencial de crescimento de mercado da uva de mesa na região do Cerrado.
Segundo o mesmo texto, o cultivo de uva na região do Cerrado tem aumentado de forma significativa, especialmente na região do Distrito Federal e Entorno¨”. De acordo com o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro, para atender a essas demandas de forma mais rápida e dinâmica, foram firmadas parcerias com diversas unidades da Embrapa, como a Embrapa Uva de Vinho, e com empresas de assistência técnica. Além da Emater-DF também são parceiros a Emater-GO e Emater-MG. "Por meio dessas parcerias vamos conseguir potencializar o cultivo da uva no Cerrrado", acredita.
"Essa é mais uma alternativa que a Embrapa disponibiliza não só para os produtores irrigantes, mas também para os consumidores que poderão ter em casa um produto cada vez mais fresco e de qualidade", afirma o pesquisador Renato Amabile, assessor e substituto da Chefia de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados.
Capacitação
A Capacitação em Fruticultura Tropical começou em julho e segue até fevereiro de 2022, com um total de 17 palestras e 17 visitas técnicas em propriedades com experiência de sucesso. Também serão abordadas as culturas da banana, manga, abacate, graviola, frutas nativas do Cerrado, mamão, pitaya, abacaxi, goiaba, frutas vermelhas, frutas temperadas em ambientes tropicais, mercado de frutas frescas e agroindústria e cultivo orgânico. A próxima palestra será realizada nesta terça-feira (10) e tratará do tema uva para vinho e suco.
O evento conta com o apoio da Rota da Fruticultura da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), uma das Rotas de Integração Nacional, lançada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) com o objetivo de profissionalizar a cadeia produtiva da fruticultura, integrando os subsistemas de insumos, produção, extrativismo, processamento e comercialização por meio da criação de sistemas agroflorestais, agroindustriais e de serviços especializados.
Da Redação