Depois de acumular queda perto de 7% na semana passada, o petróleo iniciou esta semana estendendo as perdas diante dos temores de que o aumento de casos de covid-19 na China e os “lockdowns” impostos pelo governo do país asiático atrapalhe as projeções otimistas sobre a demanda por energia.
Nesta segunda-feira (9), tanto o Brent quanto o WTI chegaram a cair ao redor de 4%, durante a manhã. No fim da sessão, diminuíram as perdas, mas ainda assim fecharam em queda consistente. Os preços dos contratos para outubro do Brent, a referência global, caíram 2,34%, a US$ 69,04 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para setembro do WTI, a referência americana, recuaram 2,63%, a US$ 66,48 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Assim os preços da commodity terminaram a sessão no nível mais baixo em dois meses e meio.
Os investidores estão particularmente preocupados com a queda da demanda na China, onde as autoridades de saúde de Pequim disseram, na semana passada, que a cidade cancelaria todas as exposições e eventos de grande escala no restante de agosto.
Medidas semelhantes no maior consumidor de commodities do mundo devem travar uma recuperação recente no setor de viagens, preocupando o mercado, porque a recuperação econômica da China já havia mostrado sinais de enfraquecimento nos últimos meses.
Os traders também estão medindo uma onda de atrasos nos planos de retorno ao escritório para empresas sediadas nos Estados Unidos da Amazon e do banco Wells Fargo, alimentando o temor de que as tendências de ficar em casa gerem meses de volatilidade nos preços.
"A ansiedade continua a crescer com a destruição da demanda", disse Donald Morton, vice-presidente sênior da Herbert J. Sims & Co. que supervisiona uma mesa de negociação de energia. "Estamos vendo muita liquidação."
Embora a demanda e a oferta de petróleo estejam mais equilibradas do que em grande parte de 2020, analistas dizem que as preocupações com restrições adicionais às viagens e o ímpeto negativo estão reduzindo os preços.