17/05/2023 às 09h00min - Atualizada em 17/05/2023 às 09h10min

FPA/Lupion: Alckmin é um dos responsáveis pela diálogo ente agronegócio e governo

POR ESTADÃO CONTEÚDO
ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo, 17 - O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), disse que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, tem sido um dos responsáveis pela interlocução do agronegócio com o governo e contribuído para a construção de pontes entre o setor e o Executivo. Alckmin participou, nesta terça-feira (16), da tradicional reunião-almoço da frente com parlamentares.

"Falamos inclusive dessa necessidade de construção de pontes com o governo, da aproximação desse governo com o agronegócio. É algo que tentamos todos os dias. O ministro Alckmin tem se mostrado muito atencioso a este tema e tem sido um dos responsáveis pela interlocução com o governo. Hoje, ele prova isso vindo aqui na frente e respondendo aos questionamentos dos parlamentares", disse Lupion, em coletiva de imprensa após a reunião semanal da bancada.

Questionado sobre o que ainda dificulta a relação do setor com o governo, Lupion citou os posicionamentos "ideológicos e claros" do governo quanto ao direito de propriedade como pontos de bloqueio a essa aproximação. "Isso nos afasta bastante e gera um ponto de preocupação muito grave", afirmou. Ele acrescentou que a fala recente do presidente Luiz Inácio Lula, que relacionou a Agrishow "a alguns fascistas de São Paulo", também atrapalha a aproximação. "Você gosta de se aproximar de quem te xinga? Não. Isso dificulta e atrapalha muito. Aliás, cada vez que o presidente Lula abre a boca, ele tem afastado vários aliados", criticou Lupion.

Sobre o direito à propriedade, ponto de celeuma entre governo e ruralistas, Lupion afirmou que Alckmin foi questionado pelos parlamentares sobre o seu posicionamento e sua ida à Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Paulo. "Ele deixou claro que é contrário à invasão de terras, que não aceita invasão de terras privadas e produtivas, assim como disse o ministro (da Agricultura, Carlos) Fávaro e como disseram outros integrantes do governo. O que precisamos fazer é deixar claro isso", defendeu Lupion

"Fica ainda um pouco a dúvida pelo fato de que membros deste movimento estarem presentes no governo e estarem nomeando gente do governo, enquanto há um posicionamento contrário às invasões por parte do governo. Cada um controla seus aliados", afirmou Lupion. Ele acrescentou que haverá a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito das invasões de terras nos próximos dias.

Equalização

Pedro Lupion defendeu a necessidade de R$ 25 bilhões em recursos para equalização das taxas de juros do Plano Safra 2023/24. "As entidades calculam a necessidade de R$ 25 bilhões para equalização de juros, o que daria a possibilidade de R$ 400 bilhões de operações. Temos que buscar espaço fiscal para existir esses R$ 25 bilhões e buscar entendimento claro quanto ao Plano Safra", disse Lupion, em coletiva de imprensa.

Ele disse que a frente está trabalhando as demandas do setor quanto ao Plano Safra, juntamente com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. "Antes eram dois a três ministros. É um pouco mais difícil, mais complicado falar com seis ou sete", comentou. O Plano Safra 2023/24 entra em vigência em 1º de julho e o governo estuda anunciá-lo ao longo de junho.


Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
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