10/03/2023 às 09h32min - Atualizada em 10/03/2023 às 09h32min

Inseminação artificial: indicador da evolução do rebanho

Tecnologias voltadas para a reprodução animal, como a inseminação artificial (IA), têm proporcionado saltos qualitativos e quantitativos, traduzidos em ganhos tanto para o gado de corte como para o gado de leite. Embora ocorra um descompasso em relação ao acesso a esses recursos, em especial quando se compara pequenos, médios e grandes projetos pecuários, guardadas as proporções, de um modo geral, no Brasil, todos podem ter acesso a alguma técnica reprodutiva.

Nesse aspecto, associações de produtores, cooperativas e sindicatos, em parceria com prefeituras municipais pelo Brasil afora, desempenham importante papel na difusão de tecnologias reprodutivas. Não raro, pelo interior do país, é possível encontrar botijões de sêmen em pequenas propriedades, inclusive em projetos de agricultura familiar que exploram a atividade leiteira.

Porém, vale lembrar que a monta natural é ainda a estratégia de reprodução mais utilizada nas fazendas do país. Para se ter uma ideia, as estimativas oficiais dão conta de que cerca de 90% das fêmeas ainda são cobertas por touros a campo. No caso, para um bom resultado, em termos de prenhez, a recomendação é usar um reprodutor para cada 30 vacas, o que pode significar aumento de custo, por conta do investimento, além de capital imobilizado.

Aos pouco, porém, essa realidade vem se modificando, como indicam os dados divulgados em fevereiro deste ano pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Isso porque, nos últimos quatro anos, os pecuaristas apostaram suas fichas na inseminação artificial.

É o que comprova o levantamento do Index ASBIA 2022, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). O relatório mostra que, de 2018 a 2022, a inseminação artificial aumentou 67% no Brasil, uma evolução de 9,3 milhões de doses de sêmen comercializadas por ano.

No período, a quantidade coletada no Brasil saltou de 8.258.030 doses para 21.855.986 de sêmen de gado de corte. Já no leite, a evolução foi de 1.372.273 para 2.901.264 doses.

Ainda segundo o Index, a inseminação artificial vem sendo utilizada no segmento de corte em 4.053 municípios, e em 3.873 no de do leite. Apenas considerando 2022, por exemplo, 4.464 municípios utilizaram essa tecnologia, o equivalente a 80,1% do total.

As técnicas

Além da monta natural, uma técnica muito conhecida e utilizada no Brasil é a inseminação artificial, na qual o inseminador deposita o sêmen no aparelho reprodutor da fêmea, por meio de instrumentos. A fecundação e o desenvolvimento do bezerro ocorrem de maneira natural, sem a interferência humana.

O Brasil se destaca como produtor de embriões bovinos por meio da Fertilização in Vitro (FIV), técnica que apresenta grande potencial no melhoramento genético, tanto em resultados como em racionalização de tempo. Em termos comparativos, conforme estimativas, enquanto a inseminação artificial (IA) permite a produção de um bezerro por ano e a transferência de embriões (TE), um por mês, com a FIV é possível obter um bezerro por semana.

Outra técnica empregada é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), que permite a sincronização da ovulação das fêmeas, possibilitando realizar a inseminação em ‘tempo fixo’, sem a necessidade de detectar cio. Para a regulação de ciclos, são utilizados uso de hormônios semelhantes aos que são produzidos naturalmente. Por meio do protocolo de IATF o pecuarista pode ter um grande número de vacas inseminadas.

Resumindo, segundo a Embrapa, uma boa eficiência reprodutiva, seja pelo acasalamento ou pela inseminação artificial, resulta em maior vida útil dos animais e mais nascimentos de bezerros. Para a entidade, essa condição é fundamental para o sistema de produção de bovinos, que apresenta ciclo reprodutivo longo, com um descendente a cada parto.

 

 


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