31/03/2023 às 10h56min - Atualizada em 31/03/2023 às 10h56min

Ordenha voluntária: a vaca decide quando quer ir ao robô

Muitos projetos leiteiros pelo Brasil afora estão aderindo à ordenha voluntária. Essa tecnologia, já consagrada em vários países, ganhou o reforço da Embrapa, que está adaptando o método aos sistemas de pastejo em áreas tropicais. Vários aspectos relacionados ao conforto, às estratégias de alimentação, acesso à água, logística de tráfego, entre outros, são os principais alvos dos estudos.

Segundo o pesquisador André Luiz Monteiro Novo, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), essa tecnologia, que permite a ordenha em qualquer horário, com base no acesso voluntário do animal, é indicada para vacas de qualquer raça. “A princípio, qualquer vaca pode ser ordenhada por robôs, desde que esteja adaptada à ordenha sem bezerro”, esclarece.

Novo explica que o equipamento realiza todos os processos relacionados à ordenha, de forma autônoma, ou seja, sem a presença da mão de obra, pois tudo é feito automaticamente pelo robô, uma máquina de alta tecnologia, validada há muitos anos em países desenvolvidos.

“A identificação da vaca, a localização dos tetos, o processo de limpeza, a colocação das teteiras para a ordenha, a separação do leite, se não estiver adequado, a retirada das teteiras e, finalmente a higienização, tudo isso é feito 100% sem o contato humano”, detalha. “Todo esse processo dura 7 a 8 minutos em cada vaca”, diz.

Acesso livre

De acordo com o pesquisador, os animais têm acesso liberado à sala de ordenha 24 horas por dia. “A maior parte das vacas vão até o robô para receber uma porção da dieta, de acordo com a produção. Em média, elas visitam a ordenha de 1,8 a 2,2 ordenhas por dia, de forma absolutamente autônoma”, relata. “Porém, habilitamos as fêmeas a serem ordenhadas até quatro vezes ao dia, ou a cada 6 horas, se elas tiverem esse estímulo.”

 

Dentre as vantagens desse tipo de manejo, Novo cita o bem-estar animal e a melhora da sanidade da glândula mamária. “Entretanto, o aspecto que mais chama atenção é a redução da mão de obra envolvida no processo de ordenha diária, fator que reflete de forma positiva na melhor qualidade de vida para os produtores”, analisa e acrescenta que cada robô de ordenha pode atender a produção de 1.500 a 2.000 litros de leite por dia sem uso de mão de obra direta no processo.

Indicadores

Com o objetivo de apresentar indicadores de uso do sistema voluntário de ordenha por vacas leiteiras criadas a pasto, a Embrapa Pecuária Sudeste realizou um experimento, de março a maio de 2022. No período, foram monitoradas 3.630 ordenhas de 37 vacas mantidas em pastagens no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

De acordo com resumo do trabalho “Descritores de uso de sistema de ordenha robotizada por vacas leiteiras criadas a pasto” (Anais da 14ª Jornada Científica São Carlos, 14 de setembro de 2022), durante o experimento, as vacas tiveram acesso voluntário em qualquer horário do dia ao sistema de ordenha robotizada.

Conforme o resultado, a produção de leite em uma ordenha e a permanência do animal na cabine de ordenha foram influen


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