Considerado uma iniciativa inovadora na gestão de bovinos, o projeto Boi Azul preconiza que os três antigos pilares da produção pecuária – sanidade, nutrição e genética – por si só já não se sustentam frente aos desafios que a pecuária brasileira precisa enfrentar para continuar crescendo e manter a posição de destaque no país e no mundo.
“O Boi Azul é um projeto que insere aos antigos outros três pilares, que são o bem-estar animal, a sustentabilidade e a gestão, de forma que, quando conectados, mostrem para aos envolvidos da cadeia pecuária o quão importante é dar a devida atenção a cada um em níveis de excelência”, destaca o médico-veterinário e gerente de Marketing da Biogénesis Bagó Brasil, Carlos Godoy.
Nesse sentido, Godoy explica que, se o produtor tiver uma tríade de boa genética, sanidade e nutrição, ao acrescentar o bem-estar animal e a sustentabilidade, culminando com todo o processo de gestão muito bem feito, é possível alcançar índices cada vez melhores e modelos de produção pecuária mais intensivos, com melhores resultados em um curto espaço de tempo.
Segundo o especialista, alguns dos desafios mais relevantes dos animais de terminação são os metabólicos, sanitários e de manejo, que podem influenciar na mortalidade e morbidade do rebanho.
“Por isso, um correto e completo protocolo de entrada no confinamento é fundamental para o sucesso da estratégia de terminação, assim como a importância das rondas sanitárias, procedimentos padronizados de vistoria e avaliação dos animais nos lotes, para detectar os principais problemas nos estágios iniciais”, completa.
Outros benefícios
Buscar produzir um animal em menor tempo certamente oferece ao produtor condições de ganho muito melhores. Por isso, conforme Godoy, olhar para o sistema de produção com a metodologia dos seis pilares ajuda não só o pecuarista, mas o gerente da fazenda, os peões, os capatazes, o veterinário e o técnico que ali trabalham a buscar índices de produtividade na propriedade cada vez maiores.
“A mensuração disso é o pontapé inicial para que se possa entender o cenário atual da propriedade e onde se quer chegar em termos de melhorias”, aponta o especialista.
Nesse viés, ele destaca o impacto da tecnologia no segmento, como soluções em saúde animal, nutrição, gestão e manejos personalizados para serem aplicados na propriedade com altos níveis elevados de tecnificação. “Temos acompanhado uma aplicação cada vez maior de tecnologia da porteira para dentro da fazenda, principalmente pós-pandemia”, observa.
Em relação à gestão, ele afirma que, com o aporte de tecnologia, insumos de ponta e uma linha de trabalho adequada, esse pilar se mostra como um dos pilares, pois é o grande diferencial que vai fazer com que os outros cinco pilares abordados dentro do projeto Boi Azul funcionem.
“Se tiver os cinco pilares e não tiver a gestão organizada e controlada, não será possível obter o resultado desejado”, observa e acrescenta que “o gestor da empresa pecuária vai ter uma grande importância dentro de todo esse processo”.
Por fim, ele menciona que a gestão deve ser feita por meio de números e busca por resultados, com planejamento estratégico adequado e segmentado pelas áreas de produção da fazenda, seja na reprodução, cria e terminação. “Todo isso precisa ser muito bem gerido para se chegar a resultados cada vez melhores”, arremata o médico veterinário.