Foram três meses de suspensão das exportações de carne bovina brasileira para a China. Uma espera superior a 90 dias e prejuízos que atingiram toda a cadeia produtiva, principalmente o produtor rural, mas que trouxe o represamento ou, melhor dizer, o não embarque de quase 190 mil toneladas do produto e uma receita “não faturada” de quase US$ 1 bilhão.
Contudo, a questão que começa a ser feita é quando entramos em um processo no qual este “retorno” será precificado nos preços dos animais. Pois bem, temos uma queda de braço, mais uma vez, para definir o preço da arroba. Entretanto, temos aquele momento recente no qual tivemos uma corrida maior por parte da indústria frigorífica para fechar suas escalas e ter produto para este momento, festas de final, em quantidade e qualidade para atender a demanda do período.
O parâmetro descrito no parágrafo anterior explica a boa recuperação nos preços da arroba, quando a disputa por animais prontos foi mais acirrada e, posteriormente, a ocorrência de escalas mais confortáveis para o setor transformador da matéria-prima. Mais recentemente, com volume de animais assegurados para o trabalho o setor industrial testou preços mais baixos, o produtor rural, saiu da ponta vendedora e os negócios ficaram mais pontuais.
Entretanto, quando, afinal de contas, a tal precificação da volta da China vai aparecer no mercado?
Em breve, mas não ainda. O fato é que todos os elementos somados, o momento da volta chinesa, escalas mais alongadas, festas de final de ano no Brasil, o ano novo do país asiático nos primeiros dias de fevereiro do próximo ano, faz pensar que a China está com o consumo garantido para suas festividades e, também, no mercado brasileiro os atores da cadeia produtiva têm estado mais fora do negócio, já esperando 2022.
De maneira geral é de haver alguma acomodação neste momento no mercado da pecuária bovina de corte brasileira, mas com uma expectativa muito boa em curto prazo, fator que deve dar um fator de equilíbrio e preços firmes para quem produz, mas com real endurecimento dos custos de produção.
Se a China seguirá como protagonista no mercado comprador de carnes?
Claro que sim. Tanto pelo volume de compras que pode e atinge, quanto em torno dos impactos que causa ao cessar processos. Vimos isso recentemente. Mas questiono também como será o volume de compras da China a partir de agora, sigo com o ponto de vista no qual a relação comercial não será mais a mesma.
No mais, vemos claramente que a recuperação do mercado interno é fundamental para a pecuária bovina de corte. Isso passa por um reposicionamento da economia brasileira, de um arrojo maior para gerar trabalho, renda e elevar o poder de compra da população.
Também para encerrar, aquele negócio de redes de supermercados lá na Europa... Suspendendo compra de carne bovina brasileira. Sem embargos, tremenda bobagem... Denúncias realizadas por ONG's, sem nenhuma comprovação, estudo, investigação ou qualquer outro elemento lógico. Apenas penso ser necessário que as liderança, gestores e as tais ONG's comecem a ser processadas e condenadas. “Coisa para francês e alemão alienados verem”.