Pois é amigos. O ano de 2022 começou e o mercado do boi gordo veio para cima. Apesar da sensação de que haveria uma certa tranquilidade na primeira semana, com a indústria esperando sinalizações melhores da demanda chinesa, o que vimos foi uma corrida pelo boi gordo, com frigoríficos pagando de três a quatro reais a mais no primeiro dia útil do ano (3/1/22) para a aquisição do chamado boi China.
As propostas melhoraram e, de forma pouco convencional, pela segunda vez em quinze dias, tivemos uma retomada forte nos negócios logo em uma segunda-feira. Há registros de altas em pelo menos 10 praças brasileiras, pelas checagens a procura é por animais de melhor terminação.
Quanto às negociações do gado pronto entre pecuaristas e frigoríficos, parece mesmo que aquela “gordura” em dias de escala garantida de abates da indústria foi consumida e, neste momento, há um reordenamento do setor com clara necessidade de aquisições de matéria prima.
Há uma clara sequência em 2022 do cenário de oferta e demanda registrado nos dois últimos anos, com baixa oferta de gado para o abate e forte demanda externa. Variáveis como as citadas, devem, seguramente, manter valores de todas as categorias bovinas em alta. Também e como informação positiva, neste ano acredito em altas amenas do custo
de produção, considerando os fatores que compõem a terminação de bovinos.
Outro ponto a ser observado fica por conta do fator climático, em especial no Sul do Brasil. A estiagem prolongada causada pelo fenômeno La Niña trouxe severos prejuízos e contenção de produtividade dos grãos no País. Também, em primeira safra é relevante pensar que as produções de milho do Rio Grande do Sul e Paraná são as mais expressivas. Esses elementos já indicam que o potencial foi duramente reduzido em importantes estados, Rio Grande do Sul, Paraná, Sul de Mato Grosso do Sul e, também, Santa Catarina.
Com isso, a produção de milho, antes estimada a alcançar até 29 milhões de toneladas vai ficar bem abaixo disso, já a de soja que esperava produção acima de 140 milhões de toneladas, pode não bater o resultado da colheita passada. O que isso significa? Para a aquisição de grãos o cenário não muda até a colheita da segunda safra de milho, mas não devemos ter uma base de negociações tão complicada como foi no último ano, principalmente, com milho. Aliás, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, em seu relatório divulgado na segunda-feira, 3/1, tivemos recorde de importação em 2021 de 3,2 milhões de toneladas.
Voltando ao preço do boi gordo, 2022 começou com preços de até R$ 350 por arroba, registrado em boiada de São José do Rio Preto, em São Paulo. O preço médio no estado de São Paulo ficou em R$ 340, em Mato Grosso do Sul, R$ 317 por arroba e Mato Grosso R$ 314/@.
Os negócios são animadores nesta abertura de 2022, mas devem ficar bem mais intensos em breve, após o chamado “ano novo chinês”, com isso, teremos rallys de preços bem interessantes para o pecuarista.