08/02/2022 às 09h21min - Atualizada em 08/02/2022 às 09h21min

Semana deve ser marcada por novas altas na arroba do boi gordo e redução na escala frigorífica

Mais uma semana com disputas intensas por espaço ou peso nas negociações entre produtores rurais e frigoríficos. Em São Paulo, a arroba do boi gordo tem sido negociado entre R$ 337 a R$ 340, o boi exportação (China) na casa de R$ 350, até R$ 355, em alguns casos relatados. As escalas de abate foram reduzidas na última semana nos principais estados produtores, mas o cenário dos preços segue, praticamente, sem alteração, com uma oferta bem mais expressiva de fêmeas.

As disputas seguem fortes entre os elos da cadeia produtiva. Entretanto, há fatores importantes e sazonais presentes no mercado. A tendência de maior terminação de animais, na medida na qual as chuvas trazem resultados nos campos, nas pastagens, grãos, entre outros. Este fator ajuda a explicar as escalas ficando mais curtas e o preço da arroba do gado pronto, de certo modo, estabilizada.

De fato, os números seguem mostrando um cenário favorável ao produtor rural, com a estratégia de venda funcionando em grande parte do país. As escalas no Estado de São Paulo recuaram pelo menos dois dias, caindo para sete dias garantidos de trabalho. Em Mato Grosso ficaram em sete dias e Mato Grosso do Sul com novo recuo, em seis.

Também, não se pode deixar de reconhecer que os cenários para o setor da indústria frigorífica exportadora de carne bovina têm melhorado e muito. O diagnóstico é claro: se vende mais e bem mais caro. As exportações de janeiro deixam claro o cenário, com resultados muito satisfatórios para os exportadores. Mesmo com uma China “menos” participativa.

Os embarques brasileiros de carne bovina total (in natura e processada) subiram 26% em janeiro de 2022, com volume de 159.997 toneladas exportadas.

Um ótimo desempenho?

Sim. Contudo, “excelente desempenho” foi alcançado no faturamento da indústria frigorífica exportadora. A receita teve alta de 46% frente ao mesmo período do ano passado, somando US$ 803,6 milhões. A equação é formada por alta de 26% no volume embarcada, somada aos 16% de elevação no valor médio da tonelada exportadora.

O que mudou?

Como escrito antes, a China reduziu sua participação, comparada ao mesmo período de 2021. No ano passado as compras chinesas (China + Hong Kong) tinham uma participação total no embarques brasileiros de 63%. Neste último mês de janeiro a fatia ficou menor, em 41,3%, mas extremamente expressiva.

Todavia, ainda não há a presença real da China neste volume exportado em janeiro. Os negócios correspondem ao que foi firmado antes de três de setembro. Com isso, o impacto real da volta da China ocorre durante o mês de fevereiro com o fim das festividades do ano novo chinês.

Nesta semana, a expectativa é da manutenção da austeridade que os pecuaristas têm mantido em relação aos seus negócios de venda de gado pronto. Com a indústria mantendo sua característica de aquisições, devemos ter nova redução de escalas. É importante trazer para o nosso artigo, que se espera uma continuidade de oferta de fêmeas nesta semana, mas isso não deve garantir a estabilização de dias garantidos de trabalho.


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