09/08/2021 às 11h00min - Atualizada em 09/08/2021 às 11h00min

Ibovespa alterna altas e baixas após abertura; Vale e Petrobras pesam

A bolsa brasileira alterna leves altas e baixas após a abertura do pregão, pressionada, por um lado, pelo sinal negativo vindos dos mercados internacionais, onde Nova York aponta para um pregão no vermelho e as commodities exibem perdas aceleradas. Com isso, as ações de Vale e Petrobras caem, pesando no Ibovespa. Porém, os ganhos nas ações dos bancos tentam sustentar os negócios locais, ao passo que os frigoríficos são destaques de alta, antes da divulgação de balanços.

Às 10h40, o Ibovespa subia 0,21%, aos 123.065 pontos, após pontuação máxima em 123.173 pontos. Na mínima, o índice marcou 122.441 pontos. Em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 tinham cediam 0,34% e 0,23%, nesta ordem.

Já nas commodities, o petróleo perdia 2,8% e o minério de ferro também teve queda na China. Com isso, Petrobras cedia 1,13% nas ON e 1,02% nas PN, enquanto Vale ON recuava 1,60%, contaminando também as siderúrgicas, que figuram entre os destaques negativos do Ibovespa: Usiminas PNA (-2,04%), Gerdau PN (-1,91%) e CSN ON (-2,46%).

Como pano de fundo, os investidores mostram preocupação com as crescentes chances de início da retirada dos estímulos pelo Federal Reserve, após os dados robustos sobre o emprego nos Estados Unidos (payroll) conhecidos na última sexta-feira, ao mesmo tempo em que monitoram a rápida disseminação da variante delta do coronavírus, em especial na Ásia, onde o aumento das taxas de infecção e mortalidade por covid-19 tem intensificado as medidas restritivas.

Para o economista-chefe da Guedes Capital, Élcio Guedes, o cenário de perda de tração da economia global somado à alta dos preços em aceleração persiste e pode se configurar em uma combinação explosiva para os ativos de risco. “O dilema é inflação ou crescimento econômico”, explica. De um lado, ele avalia que a inflação é pressionada pelas commodities, mas a demanda tende a ser mais fraca por causa da variante delta.

Com isso, o economista da Guedes Capital avalia que a inflação deve recuar, mas a atividade econômica também tende a perder força. “Nossa previsão de crescimento foi reduzida”, comenta.

“Lá fora, as commodities pesam negativamente, mas a cautela no mercado interno prevalece”, comenta, em relatório matinal, a equipe de research do Banco Inter. “O risco fiscal segue no radar, com Refis e precatórios, e a cautela prevalece com os atritos entre os principais Poderes”, afirma o banco.

A agenda econômica doméstica da semana também está carregada, com dados de atividade (varejo, serviços e IBC-Br), inflação (IPCA) e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) nos próximos dias. A temporada de balanços segue em pleno vapor, trazendo os resultados trimestrais de varejistas, construtoras, elétricas e frigoríficos.

Aliás, o setor de carnes figura entre os destaque de maiores altas do Ibovespa: Marfrig ON lidera o ranking, com 3,45%, seguido por Minerva ON e JBS ON, com avanços de mais de 2%. Também no campo positivo estavam as ações do setor financeiro, tentando dar ritmo aos negócios locais.

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