O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou inflação de 1,45% em julho, percentual superior ao apurado no mês anterior, quando aumentou 0,11%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com este resultado, o índice acumula elevação de 15,91% no ano e de 33,35% em 12 meses. Em julho de 2020, o índice havia subido 2,34% e acumulava elevação de 10,37% em 12 meses.
A variação de julho ficou acima da mediana das estimativas de 14 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 1,14%, com intervalo das projeções entre 0,66% e 1,55% de alta.
“Os preços de commodities, cujas safras foram afetadas por geadas e seca, estão entre as maiores influências do índice ao produtor. Os preços do milho avançaram 4,62% e da soja 2,84%. Com o aumento dos preços das commodities usadas como ração, aves 5,41% e leite 6,52%, também apareceram com destacada influência para o resultado do IPA”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,65% em julho, após queda de 0,26% em junho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais saiu de 0,97% em junho para 1,50% em julho. O principal responsável por este avanço foram os alimentos in natura, cuja taxa passou de baixa de 4% para aumento de 2,23%.
A taxa do grupo Bens Intermediários foi de aumento de 1,34% em junho para 1,61% um mês depois. O principal responsável por este avanço foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,42% para 2,79%.
As Matérias-Primas Brutas avançaram 1,79% em julho, mudando de direção em relação ao mês antecedente, quando cederam 2,40%. Contribuíram para este movimento os itens soja em grão (-8,12% para 2,84%), minério de ferro (-3,85% para 0,60%) e milho em grão (-8,75% para 4,62%). Em sentido oposto, vale citar cana-de-açúcar (7,31% para 1,48%), bovinos (2,40% para 0,46%) e fumo (em folha) (3,00% para 0,22%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 0,92% em julho, contra 0,64% em junho. Das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, subiram mais na passagem de um mês para outro Habitação (0,89% para 2,09%), Alimentação (0,34% para 0,78%) e Educação, Leitura e Recreação (1,15% para 1,42%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os itens tarifa de eletricidade residencial (2,09% para 7,80%), hortaliças e legumes (-6,93% para -0,17%) e passagem aérea (12,47% para 13,11%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (1,04% para 0,85%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,20% para 0,00%), Vestuário (0,41% para 0,08%), Despesas Diversas (0,24% para 0,02%) e Comunicação (0,02% para -0,09%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas por, respectivamente, etanol (5,89% para -1,62%),plano e seguro de saúde (0,87% para -1,27%), roupas (0,55% para 0,19%), alimentos para animais domésticos (2,03% para 0,42%) e mensalidade para TV por assinatura (0,00% para -0,38%).
A FGV apontou que o núcleo do IPC registrou taxa de 0,42% em julho, ante 0,43% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 32 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 23 apresentaram taxas abaixo de 0,09%, linha de corte inferior, e 9 registraram variações acima de 1,39%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 64,84%, 0,97 ponto percentual acima do registrado em junho, quando o índice foi de 63,87%.
Ainda em julho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve elevação de 0,85%, ante 2,16% um mês antes. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: Materiais e Equipamentos (1,84% para 1,28%), Serviços (0,69% para 0,87%) e Mão de Obra (2,69% para 0,48%).