Intensifica-se na Europa e em outros países importadores dos produtos agropecuários brasileiro o velho lobby dos agricultores e seus representantes, com informações distorcidas ou irreais, numa luta desesperada para sobretaxar ou mesmo impedir a entrada da carne, dos grãos e oleaginosas produzidas no Brasil.
Embora essa seja uma briga econômica, por mercados, sem base em argumentos técnicos ou econômicos, o jeito encontrado é usar velhas táticas, como informações equivocadas ou distorcidas, na tentativa de criar um ambiente onde suas propostas possam prosperar. Para isso, como sempre, eles taxam de forma genérica o produtor brasileiro como um depredador.
Sem conseguir que governos tomem decisões de boicote deliberado à nossa carne e aos nossos produtos agropecuários, a forma mais efetiva que eles encontraram é fazer uma propaganda negativa junto ao consumidor, e levá-lo a pressionar quem compra a parar de comprar, e quem vende a parar de vender.
Na semana passada tivemos o primeiro passo dado por seis redes de supermercados europeus, uma delas a maior da Holanda, com ramificações na França e Reno Unido, que anunciaram que estão tirando a carne brasileira das suas gôndolas e não voltarão a comprar produto nacional.
A justificativa é que uma grande processadora de carne bovina brasileira vende produto produzido em área desmatada ilegalmente. A pesquisa indicou que ela monitora os seus fornecedores e, entre 700, encontrou 5 que descumpriam as regras. Os contratos foram revogados. Mas foi o suficiente para fazer um grande estrago. O monitoramento dos fornecedores é feito pela processadora por decisão própria.
A campanha começou a partir do momento que os produtos agrícolas brasileiros ganharam competitividade.
Os investimentos na ciência e pesquisa feitos por agências brasileiras com vocação agraria, resultaram no aumento da produtividade por hectare plantado e em melhorias genéticas do nosso rebanho, diminuindo o tempo que um animal leva para ficar pronto. Custo menor, mais competitividade.
Por outro lado, não é possível fazer de conta que o país, aparentemente, “não” perdeu o controle do desmatamento e das queimadas legais na Amazônia. A situação pode estar fora de controle. Dizer, no entanto, que o agronegócio brasileiro é responsável pelos erros que são cometidos na amazônica legal, é falta de informação ou pura má-fé.
Na verdade, uma narrativa que é de interesse de segmentos econômicos nos países que mais sofrem com a concorrência dos nossos produtos. Não temos informações da atuação do Ministério das Relações Exteriores para reverter esse quadro.
Sabemos que parte importante da carne brasileira é produzida em estados que estão dentro da Amazônia legal. Mas, em terras legalizadas. Uma pequena parte foge do controle, mas as grandes compradoras passaram a monitorar quem vende para os seus fornecedores.
Um dos pontos controversos disseminado pelo lobby europeu é que os fornecedores diretos das grandes processadoras, que são monitorados, compram animais de terceiros não monitorados, de origem duvidosa. O chamado “boi de aluguel”. Produzido numa área ilegal, é comprado por uma fazenda legalizada, e vendido como boiada toda criada no local.
O que é necessário para enfrentar essa onda de desinformação? O governo federal precisa promover políticas públicas de comunicação social onde há a desinformação, para fazer frente ao tamanho da campanha contra o agronegócio brasileiro. Ao mesmo tempo, estabelecer políticas públicas internas para mitigar o problema do desmatamento e das queimadas. Infelizmente, elas são acompanhadas da exploração mineral, que também destrói o meio ambiente.
As entidades representativas do setor no Brasil são um instrumento que os produtores nacionais precisam usar para deixar o governo federal bastante atento para uma aparente investida articulada contra um dos setores que sustentam a nossa economia, gera emprego, renda e impostos. Garante a positividade da nossa balança comercial.
Mesmo tendo problemas, e eles realmente existem, não podemos fazer de conta que não está acontecendo nada, e deixar de atuar e perder mercados conquistados após décadas de muito trabalho e investimentos.
Eles buscam culpar a agricultura e a pecuária nacional pelo desmatamento irregular e as grandes queimadas na região amazônica. Governos e entidades de produtores rurais desses países sabem que a quase totalidade de nossa pecuária
Produtores agrícolas de alguns desses países nunca se preocuparam em aumentar a produtividade com investimento em pesquisas ou com a diminuição de custos de produção, para suprir o mercado no qual atua com preços competitivos.