As pastagens são a forma mais econômica de se produzir carne e leite. Em pastagens de boa qualidade, com oferta adequada de forragem e suplementação mineral balanceada consegue-se elevados desempenhos por animal e por área. A escolha das espécies adequadas e adaptadas é fundamental para produtividades elevadas e sustentáveis.
São vários os fatores que interferem na produtividade e longevidade de uma pastagem, entre eles podemos destacar fertilidade dos solos, manejo da pastagem, super pastejo, pragas e doenças, entre outros.
A forrageira a ser implantada não precisa ser a melhor de todas, nem a menos exigente, mas sim a mais adaptada a uma situação específica de solo, uso e manejo que será feito naquela área e por aqueles animais. A escolha da forrageira melhor adaptada é primordial para o sucesso de seu uso. Fatores como clima da região, declividade da área, fertilidade, textura, drenagem e profundidade do solo, tolerância a pragas e doenças, tipo de manejo exigido pelas pastagens deve ser levados em consideração, pois o desejável é que o capim implantado seja produtivo por muitos anos.
A diversificação de espécies e cultivares é uma estratégia interessante na escolha das forrageira a serem usadas. Consiste em dividir a propriedade em pelo menos três áreas, de acordo com as condições de solo e fertilidade e o uso dos capins.
Nas áreas com solos mais pobres implantamos forrageiras menos exigentes em fertilidade e manejo, tais como Brachiaria decumbens, Brachiaria humidícula cv comum ou llanero (dictyoneura). Estas áreas serão usadas para categorias menos exigentes e em períodos de menor oferta de forragem, com pastejos mais intensos, baixos, pois são forrageiras que apresentam maior tolerância a erros de manejo e terão melhor recuperação e rebrota mais rápida posterior à períodos críticos.
Nas áreas de maior fertilidade ou melhor correção e fertilização dos solos implantamos forrageiras mais produtivas e exigentes em nutrientes, como os Panucuns e a Xaraes (MG5). Essas forrageiras serão usadas intensivamente no período das chuvas, com elevadas lotações maximizando a produção durante o período favorável ao crescimento das forrageiras, diminuindo o número de animais das demais áreas que serão reservadas para a seca.
Nos solos de fertilidade intermediária implantaremos forrageiras que são produtivas, porém têm como principal característica uma perda de valor nutritivo mais lentamente que os Panicuns e Xaraes. Priorizaremos as diferentes brizanthas como Marandu, Piatã, Ipyporã ou Paiaguás. Essas áreas serão usadas com taxas de lotações abaixo da capacidade de suporte na época das chuvas ou serão vedadas totalmente ou em parte na final da estação de crescimento para serem usadas como pastejo diferido na época da seca (Figura 1).
A escolha das forrageiras é estratégica, deve ser feita por critérios técnicos e a diversificação de cultivares é muito importante para seu melhor uso.