22/03/2023 às 11h32min - Atualizada em 22/03/2023 às 11h32min

Mais arrobas por área!

A pecuária de corte é um setor lucrativo e competitivo, porém a baixa taxa de lotação da maioria das propriedades rurais tornam a atividade pouco rentável por área, não conseguindo competir com a maioria das atividades produtivas rurais e perdendo área ano a ano e sendo empurrada para terrenos marginais. A melhoria do uso das pastagens tornando-as mais eficientes e produtivas é a melhor forma de tornar a atividade rentável, produzindo mais arrobas de menor custo.

Todas as atividades econômicas rurais têm como foco a produtividade por área, enquanto na pecuária, olha-se muito a produção por animal. O desempenho animal é um componente importante da produtividade (Figura 1), mas não é o único. A propriedade eficiente tem que produzir muitas arrobas por área e isso depende de outros fatores como a taxa de lotação, que dependerá diretamente da produção de forragem e eficiência de colheita. O desempenho dependerá da qualidade da forragem e da qualidade e quantidade de suplementação.

Figura 1 – Principais fatores que influenciam a produtividade das pastagens.

A taxa de lotação elevada é muito importante para a produção de maior quantidade de arrobas por área, porém essa tem que ser alcançadas de forma sustentável, ou seja, o número de animais na área será alto quando houver forragem em quantidade e qualidade para bons ganhos de peso e preservação da forrageira. Muitas vezes temos taxa de lotação elevada, mas em situação superpastejo levando as pastagens à degradação e a necessidade de reforma daquela área.

Pastagens de alta taxa de lotação precisam ser produtivas, com solos adequadamente corrigidos e adubados. As forrageiras tropicais respondem muito bem à adição de fertilizantes, portanto um programa de melhoria da fertilidade dos solos impacta positivamente da oferta de forragem dos pastos de uma propriedade e em sua produtividade.

As pastagens produtivas precisam ser bem manejadas, com elevada eficiência de colheita, pois não faz sentido produzir alimento e este não ser aproveitado pelo gado. Os ajustes da ocupação (horas ou dias) dependendo da intensificação do sistema, é fundamental para o aproveitamento eficiente da forragem. Muitas propriedades têm boa rotina de trato no confinamento, mas negligenciam o manejo e o momento de mudança do gado das pastagem, ora perdendo forragem não colhida, ora prejudicando a planta por uma colheita excessiva.

A qualidade da forragem e sua oferta influenciam diretamente o desempenho animal. O valor nutritivo do capim cai diariamente. Se esperar mais dias, acima da altura ideal, aumenta haste e material morto e parte da forragem não será colhida pelos animais e se perderá. Se colocar o gado muito cedo na pastagem, antes da altura ideal, a qualidade é elevada, mas tem pouca forragem.

A suplementação é uma estratégia para melhorar o desempenho animal e indiretamente pode melhorar a taxa de lotação, pois o animal substituirá parte da forragem por concentrado. Muito cuidado nessa hora, pois a substituição de alimento barato (capim) por um de custo elevado (suplemento) tem que ser bem avaliada para manter o sistema viável.

Pastagens de maior produtividade onde a taxa de lotação e o desempenho animal são maximizados são a melhor forma de tornar a pecuária eficiente e competitiva.

 

 


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