A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o governo do Ceará anunciaram um acordo de cooperação nesta sexta-feira para a produção de uma nova vacina contra a covid-19, a HH-120-Defenser. Desenvolvida inicialmente no Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular (LBBM) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), a vacina já está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o comunicado, a cooperação com a Fiocruz busca realizar ajustes solicitados pela Anvisa na fase de testes em animais, para revisão e ampliação de resultados. Após essa etapa, os pesquisadores poderão enviar a documentação e solicitar autorização à Anvisa para testes em humanos.
Os estudos começaram em abril de 2020, a partir do conhecimento já existente sobre o coronavírus aviário atenuado, semelhante ao Sars-CoV-2, sem potencial de agressão em humanos. A Fiocruz informou que a vacina HH-120-Defenser obteve “resultados promissores” na fase pré-clínica dos estudos (Fase 1), em testes realizados com camundongos, com mais de 90% de proteção comprovada.
“Estamos diante de um acordo que demonstra a relevância do papel da ciência e tecnologia como pilares essenciais da saúde e fatores de desenvolvimento, para autonomia e soberania do nosso país, que são a base da nossa cooperação”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que participou da assinatura do acordo ao lado do governador do Ceará, Camilo Santana.
“A partir de hoje, a Fiocruz será parceira do avanço na pesquisa da vacina contra a covid desenvolvida pela Uece. Com esse protocolo de cooperação, estaremos juntos também em um futuro programa de parceria para projetos de pesquisa, ensino e desenvolvimento tecnológico”, comemorou o governador.
Um dos atrativos da HH-120-Defenser é o baixo custo. Segundo a Universidade Estadual do Ceará (Uece), a estimativa é que a concentração de vírus vacinal por dose em um frasco seja capaz de fornecer 250 doses. Desta forma, cada dose poderá custar centavos de real.