As pastagens, como qualquer cultura, estão sujeitas a ocorrência de praga, doenças e a competição de plantas daninhas. As plantas daninhas competem por água, nutrientes e luz com as forrageiras diminuindo sua produção, população e em alguns casos pode impedir o pastejo pelos animais, principalmente aquelas plantas que têm espinhos. O produtor deve ter uma estratégia de controle dessas plantas seja ela química ou mecânica ou a combinação desses métodos e em último caso a reforma quando a população da forrageira diminui muito.
A ocorrência de plantas daninhas é uma realidade nas áreas de pastagens com diminuição da produtividade e a médio prazo quando nenhum controle é feito, a área acaba sendo reformada pois a produtividade é muito baixa em áreas com predominância de invasoras. As plantas daninhas competem com as forrageiras e como não são consumidas pelos animais, aumentam gradativamente sua população em detrimento da forrageira.
Além da perda de produtividade por diminuição do acúmulo de forragem, há perdas por diminuição da população da forrageira e há perdas pela presença das plantas daninhas. Estudos mostram que o animal não pasteja ou pasteja menos próximo às plantas indesejáveis e quando esta apresenta espinhos, a perda é maior, ou seja, tem forragem, mas não é consumida.
As plantas daninhas causam queda da produtividade (Tabela 1). Quanto maior sua presença, menor a produtividade de forragem, ocasionando baixas taxas de lotação que prejudicam a rentabilidade da propriedade. As pastagens com grande presença de invasoras também dificultam o manejo do gado, localização de bezerros mamando, manutenção de cercas e o dia a dia da propriedade.
O controle pode ser mecânico, mais comum, ou químico, mais eficiente. O ideal é a combinação dos métodos. O controle mecânico, com roçadoras, rolos faca, desbrotadores são menos eficientes, porém são mais baratos por área, exigem menor conhecimento técnico e proporcionam controle provisório das plantas daninhas tornando as pastagens mais produtivas por um curto período. Essa prática deve ser realizada necessariamente na época das águas.
O controle químico é mais eficiente, proporciona melhor controle, por mais tempo, porém os custos de sua realização são mais elevados inicialmente. O controle com herbicidas tem muitos métodos de aplicação e podem dependendo do produto e da forma de aplicação e da planta a ser controlada, por exemplo no toco pode ser realizado em qualquer época do ano. Produtos foliares tem maior eficiência na época das chuvas, quando há maior vegetação das plantas daninhas. A fase que a planta se encontra também é importante, pois geralmente, no florescimento e produção de sementes, estas são mais resistentes aos herbicidas.
Figura 1 - Produção de matéria seca (kg MS/ha) acumulada em dois ciclos em função do grau de infestação de camboatá (Cupania vernaili Camp), Dobashi et al., 2001.
A combinação dos dois métodos, químico e mecânico proporciona um equilíbrio entre custos e operacionalidade. O ideal é o produtor elaborar um planejamento de como será o controle, usando parte dos recursos reservados atividade de eliminação de plantas daninhas para o controle mecânico em uma maior área e parte da verba para o controle químico das áreas onde este se faz mais necessário e definitivo.
O controle de plantas daninhas é muito importante, melhora a produtividade, a longevidade das pastagens e sua rentabilidade. Deve ser feita de maneira planejada e usando combinação dos diferentes métodos de controle