São Paulo, 18 - Levantamento da Cargill sobre boiadas terminadas em confinamento no ano passado mostra melhora no desempenho dos animais, principalmente em relação à quantidade média de arrobas produzidas a partir do momento em que o animal inicia a engorda no cocho e também ao peso final da carcaça do boi abatido. O Indicador Ganho de Peso Diário e o Indicador Ganho Diário de Carcaça, na média dos rebanhos analisados, alcançaram, 1,547 quilo e 1,050 quilo, respectivamente, representando aumento de 1,38% e 0,86% ante 2021. Em relação à eficiência biológica, os dados de 2022 indicaram uma queda de 2,16% de eficiência biológica em relação a 2021, tendo alcançado 6,78 quilos de matéria seca para cada quilo de ganho de peso vivo, informa a Cargill, em nota, ao citar dados da 7ª edição do Benchmarking Confinamento Probeef, divulgada pela empresa. A companhia avalia que os produtores brasileiros estão enfrentando muitos desafios. "O aumento de produtividade média, pressão sobre áreas de pastagem e crescimento nos custos das dietas dos rebanhos fazem parte do dia a dia de quem trabalha com ativos altamente valorizados, mas que precisa buscar alternativas para gerenciá-los de forma assertiva", diz o consultor nacional de Bovinos de Corte Cargill, Luciano Morgan. O estudo analisou 1,9 milhão de cabeças, contemplando as raças nelore, anelorado e angus, além de cruzamentos leiteiro e industrial. O número representa alta de 72,7% em relação ao levantamento anterior. O tempo médio de engorda no cocho ficou em 117 dias. Quanto à operação de confinamento como um todo, 58,42% dos produtores utilizaram o manejo de cocho convencional. Já o indicador de tempo de adaptação aponta que, para 65,26% dos criadores, esse índice foi de 21 dias. Em relação ao número de tratos diários, 70% realizaram 4 por dia e 89,74% não utilizaram dieta sem volumoso. O estudo mostra que 28,95% dos entrevistados têm expectativas melhores em relação ao ano passado e 22,63% acreditam que este ano será igual a 2022. Os produtores da Região Nordeste são os mais otimistas, com 42,8% de expectativas positivas - visão também compartilhada pelos produtores da Bolívia e do Paraguai. Já o Sudeste brasileiro foi a região com maior pessimismo, com 32,3%, seguida da Região Sul, com 33,3%. A pesquisa, ao longo dos últimos sete anos, analisou mais de 4,73 milhões de cabeças de gado, de 43 mil lotes, com mais de 5,6 milhões de toneladas de dieta.