São Paulo, 4 - O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) reconheceu nesta terça-feira, 4, a Indicação Geográfica (IG) da uva niagara rosada de Jundiahy, na categoria Indicação de Procedência. Segundo o Ministério da Agricultura, a grafia da palavra com as letras "h" e "y" foi um dos maiores desafios do grupo de produtores dos municípios paulistas de Jundiaí, Louveira, Itupeva, Jarinu e Itatiba para conseguir a indicação geográfica. De acordo com os articuladores envolvidos no processo, a primeira reunião para iniciar a demanda ocorreu em 2009. A grafia de Jundiahy se deve ao fato de que, entre o fim do século 19 e início do século 20, a uva era cultivada numa imensa área de terra que se chamava Jundiahy. "Depois os municípios foram desmembrados, mas a uva passou a ser conhecida como a uva de Jundiahy. No processo de reconhecimento da IG, no início de 2022, o Inpi teria solicitado que a grafia fosse trocada por Jundiaí, o que foi descartado pelos produtores", disse a pasta em nota. Ainda conforme o Ministério, a grafia com y foi o ponto de união dos municípios que produzem a uva atualmente. Eles se reconhecem como membros daquele território, por produzirem a uva niagara rosada, terem colonização parecida e na mesma época, cultivarem no mesmo solo. "Agora vamos iniciar um processo de divulgação e valorização dessa indicação de procedência", disse a diretora de Agronegócios da prefeitura de Jundiaí, Izabel Harder. "A gente sabe que nossa uva tem um aroma marcante, mas agora queremos provar isso, buscando um processo de denominação de origem." O presidente da Associação Agrícola de Jundiaí, Rene José Tomasetto, disse que os cinco municípios contemplados reúnem entre 700 e 800 produtores de uva. Ele contou que a primeira festa da uva na região ocorreu em 1934, logo após a descoberta da uva rosada. "Antes só existia a uva branca por aqui", explicou.
