São Paulo, 30 - A Cras Brasil, multinacional brasileira que atua na originação, industrialização e comercialização de produtos agrícolas, obteve lucro líquido de R$ 52 milhões no balanço consolidado do ano de 2022, resultado 21% maior do que o registrado em 2021 e três vezes maior do que o registrado há quatro anos. A operação de amendoim da companhia, que inclui a produção de farelo para nutrição animal e de óleo para exportação, representou 80% da receita líquida, que atingiu R$ 447 milhões em 2022. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superou os R$ 81 milhões em 2022, crescimento de 47% ante 2021. Embora considere os resultados consistentes, a receita líquida da Cras Brasil apresentou queda de cerca de 17% ante 2021, quando alcançou R$ 538 milhões. O recuo é atribuído ao fato de a companhia ter reduzido as operações de trading e focado em suas fábricas, como explica o CEO da Cras Brasil, Rodrigo Chitarelli. "Tínhamos feito um forte investimento e estávamos estruturados para produzir full time, em todos os meses do ano", disse. "Essa decisão foi acertada pois ficou comprovada com o aumento expressivo no Ebitda e do lucro líquido frente aos anos anteriores", completou. Para 2023, a expectativa é de resultados ainda mais robustos. Como adiantou a Coluna do Broadcast Agro, no início deste ano, a companhia realizou uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Agronômico (IAC) para apresentar novas variedades e linhagens de sementes de amendoim aos produtores. A previsão é que as variedades, que prometem ser mais produtivas, ter menor ciclo de maturação e maior concentração de óleo, possam firmar a disponibilidade da matéria-prima já nesta safra. "Conseguiremos aumentar em mais de 15% a produção de amendoim", estimou Chitarelli. Além da atuação com o amendoim, a empresa também trabalha com soja, milho e madeiras nobres. O objetivo com o manejo sustentável das madeiras em Belém, no Pará, é o mercado internacional e nacional de construção civil. Já para o óleo amendoim, o foco é o mercado externo. A companhia lidera a exportação brasileira do produto e produziu 31,2 milhões de toneladas no último ano, o que representa cerca de 25% do mercado. O derivado é demandado especialmente pela China e pela Europa.