São Paulo, 17 - A utilização de óleo de cozinha para produção de biodiesel alcançou o volume de 148 milhões de litros em 2022, 30% acima do registrado um ano antes. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), o avanço da matéria-prima ocorreu apesar da queda de 7% na produção de biodiesel em virtude da manutenção da mistura do biodiesel ao combustível fóssil diesel em 10% no ano passado. Segundo a Aprobio, o óleo de cozinha é um item potencialmente poluidor e, além de agregar valor ao produto, a produção de biodiesel organiza as cadeias de coleta para aplicação industrial. A associação ressalta que, por ser uma matéria-prima residual, não são atribuídas emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção a partir deste insumo, o que gera mais créditos de descarbonização (CBIOs) por volume produzido para o programa RenovaBio do que outras fontes do biocombustível. O óleo de cozinha usado representa somente 2,25% do total de insumo convertido em biodiesel no Brasil, mas sua participação se aproxima dos 21% no Sudeste, segundo a ANP. "Além dos benefícios ambientais, de inclusão social e de geração de emprego e renda em todo o País, conciliando segurança alimentar e energética, a ampliação da mistura tem potencial de transformar o óleo de cozinha usado em energia limpa, o que é uma grande conquista para a economia circular", analisa o diretor superintendente da Aprobio, Julio Cesar Minelli.