São Paulo, 10 - A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) afirmaram, em nota conjunta, que a manifestação de representantes dos setores de combustíveis sobre o aumento da mistura de biodiesel, feita na quinta-feira, 9, é "claramente contra a política de combustíveis renováveis". "O tema do preço do diesel B parece ser a única perspectiva dessas entidades que sempre defenderam a manutenção do status quo, que privilegia o combustível fóssil em detrimento dos biocombustíveis", dizem as entidades. A nota de representantes dos setores automotivo, de peças, máquinas e equipamentos, transportes e de importação de diesel, divulgada mais cedo, afirma que o aumento do mandato do biodiesel no País é uma forma de produtores do biocombustível garantirem uma "reserva de mercado contra a concorrência de biocombustíveis mais modernos". As entidades defendem a entrada de outros combustíveis, com parcelas renováveis, ao programa de mistura obrigatória ao diesel. Abiove, Aprobio e Ubrabio afirmam que as entidades que defendem o biodiesel e a descarbonização não são contra a adoção de diferentes rotas tecnológicas para os biocombustíveis, "desde que respeitem as definições da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil)". "O setor está aberto a novos entrantes e tecnologias para a produção de biodiesel", ressalta a nota. As entidades representantes do setor automotivo ainda afirmaram no comunicado divulgado mais cedo que o biodiesel era o principal causador de problemas em motores e equipamentos a diesel. "Solicitamos que essas entidades que hoje se manifestam contra a descarbonização do setor de transportes apresentem os referidos documentos que dizem comprovar as alegações infundadas contra a política de biodiesel", dizem as três entidades do biodiesel.