Uma reclamação recorrente entre produtores rurais é a falta e a pouca qualidade da mão de obra rural. A automação dos processos, em situações que seja possível, o que antes era opcional, se tornou obrigatória, principalmente em práticas em que a constância e rotina são essenciais como por exemplo a suplementação. Algumas empresas e produtores estão usando comedouros automáticos que regulam e fornecem suplementos minerais, misturas múltiplas e concentrados de forma programada e eficiente a todos os animais, sem desperdício ou perdas.
Tenho acompanhado o excelente trabalho do Senar, através dos sindicatos no treinamento de mão de obra através de cursos, palestras e eventos. As escolas técnicas e os cursos profissionalizantes têm colocado no mercado profissionais melhor qualificados, porém o que ainda predomina são trabalhadores pouco qualificados e mal treinados que têm dificuldade de realizarem atividades mais técnicas e efetuar os controles necessários.
Equipamentos com um pouco mais de tecnologia como balanças eletrônicas, gps no trator, pulverizadores, semeadoras, calcareadoras, adubadoras, aplicativos e sistemas de controles podem não ser bem recebidos ou adequadamente usados por muitos funcionários simplesmente por não conseguir operá-los. A qualidade da mão de obra pode limitar o uso de algumas tecnologias ou pior, favorecer o mal uso dela.
Uma atividade relativamente simples como a suplementação de bovinos em pastagem pode passar por erros grosseiros de fornecimento apenas porque não existe mão de obra qualificada para a sua realização de maneira correta. Desde o fornecimento em quantidades inadequadas, sem a adaptação necessária, irregularidade de fornecimento, não fornecimento nos dias chuvosos ou fornecendo nesses períodos com elevadas perdas. O ideal é sempre fornecer o suficiente para consumo adequado ao planejado, de forma regular melhorando desempenho animal.
O uso de um dos diferentes tipos de comedouros automáticos (Figura 1) existentes no mercado tanto para suplementos sólidos ou líquidos podem regularizar o fornecimento, diminuindo desperdício, perdas por chuva, dias sem fornecimento, em especial nos finais de semana, diminuindo uso de máquinas e mão de obra, pois o abastecimento se faz com maiores quantidades e períodos mais espaçados de tempo, favorecendo o controle e permitindo o fornecimento conforme o planejado.
Esta tecnologia diminui a dependência de mão de obra, facilita o fornecimento das quantias planejadas e preconizadas, com controle do fornecimento e sem desperdícios ou perdas por chuvas. Em sistemas com maior investimento em sensores e equipamentos pode-se controlar o consumo por animal e avaliar seu desempenho individual facilitando a seleção e ajuste do melhor momento do abate.
Figura 1 – Esquema de comedouro automático.
A utilização de comedouros automáticos facilita o fornecimento de suplementos com regularidade, nas quantias corretas e sem desperdícios, com menor uso de mão de obra e maquinários