28/02/2023 às 22h00min - Atualizada em 28/02/2023 às 22h00min

País não pode correr riscos de tabelar preço de combustíveis, diz Silva e Luna

Rio e Brasília, 29 - O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse nesta terça-feira, 29, que o Brasil "não pode correr riscos de tabelar preços de combustíveis". A afirmação foi feita durante discurso em evento do Superior Tribunal Militar (STM). Para ele, o fato de as empresas internacionais não estarem se interessando em leilões no setor no País se deve ao fato de o mercado ficar com "medo de intervenção no preço da empresa". "Todo mundo se recolheu", disse o presidente da companhia, referindo-se a leilões realizados no ano passado. "Empresas que tabelaram combustíveis tiveram perda de capacidade de investimento", afirmou o presidente da estatal aos militares. "Essa dívida 'monstra' da Petrobras foi de tabelamento de preço." Com o anúncio de sua demissão feita na segunda-feira pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, Silva e Luna defendeu que riscos a desabastecimento e estabilidade regulatória dos preços afasta o investidor da empresa e do mercado de óleo e gás no Brasil. Ele assumiu a presidência em abril do ano passado, no lugar de Roberto Castello Branco, demitido pelo mesmo motivo. Para o lugar do militar foi indicado o economista Adriano Pires, também contrário à interferência do governo na estatal. A indicação de Adriano Pires ainda precisa ser aprovada pela assembleia de acionistas da estatal. As soluções tomadas até o momento para mitigar o aumento do preço dos combustíveis, como a aprovação do PLP 11, ainda não tiveram efeitos nos preços, segundo Silva e Luna. Para ele, isso acontecerá com o fim do conflito no leste europeu e a recuperação econômica da pandemia da covid-19. Em relação ao ano passado, Silva e Luna apresentou dados de que a variação do preço na bomba, no ano inteiro de 2021, foi de R$ 0,92 no valor de responsabilidade da Petrobras nos custos. Em relação à crise da Ucrânia, ele falou que a empresa precisou realizar um reajuste enquanto a companhia verificava se situação se estabilizaria.

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