Rio, 10 - A quebra na safra de soja no Sul do País, por causa da seca na virada do ano, é a principal responsável pelas revisões para baixo nas projeções de produção de grãos do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na leitura de fevereiro, a produção de soja foi estimada em 123 milhões de toneladas, 6,7% abaixo da estimativa de janeiro. "Mesmo com elevados investimentos na produção da oleaginosa, os efeitos adversos causados pela estiagem têm afetado drasticamente o desempenho das lavouras de verão nos Estados do Centro-Sul do País", diz a nota divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Se confirmada, a projeção para a produção de soja ficará 8,8% abaixo da safra recorde de 2021. "Ainda que se confirme um acréscimo de 3,7% na área plantada, que deverá totalizar 40,4 milhões de hectares, a estimativa de queda no rendimento médio da soja, em 2022, é de 12,0%, atingindo o patamar de 3.045 kg/ha, derrubando a produção nacional do grão", continua a nota do IBGE. Por causa da seca neste verão, a projeção da produção de soja no Rio Grande do Sul foi reajustada para baixo em 37,8% em fevereiro, ante a estimativa de janeiro. Conforme o LSPA de fevereiro, serão 13,1 milhões de toneladas, queda de 35,8% frente a safra anterior. No Paraná, são esperadas 11,8 milhões de toneladas, uma queda de 10,6% ante a projeção de janeiro. Na comparação com 2021, o tombo será de 40,7%. Com isso, Mato Grosso, maior produtor nacional, deverá responder por mais de 30,0% da produção nacional de soja. A estimativa do IBGE aponta para a produção de 37,5 milhões de toneladas, acréscimo de 5,1% ante 2021. Com a quebra de safra no Sul, Goiás deve responder pelo segundo maior volume de soja produzido no País este ano. O LSPA de fevereiro projeta uma safra de 13,5 milhões de toneladas no Estado do Centro-Oeste, 3,1% acima do colhido em 2021.