04/08/2021 às 14h00min - Atualizada em 04/08/2021 às 14h00min

Dólar e juros futuros avançam com cena externa no foco

O dólar acelerou o ritmo de alta no fim da manhã desta quarta-feira, na esteira de declarações do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Richard Clarida, sobre a possibilidade de o banco central americano efetuar uma elevação de juros até o começo de 2023, a depender da evolução da economia. Os investidores aguardam ainda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), no fim do dia.

Pouco depois de meio-dia, a moeda americana subia 0,54%, para R$ 5,2195 em relação ao real, após mínima a R$ 5,1650 e máxima em R$ 5,2370.

No mercado de juros futuros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 ia de 6,36% no ajuste anterior para 6,365%; a do DI para janeiro de 2023 passava de 7,90% para 7,895%; a do contrato para janeiro de 2025 subia de 8,80% para 8,82% e a do DI para janeiro de 2027 aumentava de 9,11% para 9,14%.

Os investidores estão na espera da decisão do Copom, que provavelmente elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 4,25% para 5,25% ao ano. Tal ajuste já está consolidado nos preços de mercado há algum tempo, mas as apostas podem ser reforçadas ao longo da sessão, trazendo volatilidade à curva de juros futuros e, também, ao dólar.

Além de elevar o tom contra a inflação, debate-se se o BC deixará de lado a sinalização de neutralização da política monetária e se poderá, desta forma, elevar o juro a patamares acima do patamar neutro (ao redor de 6,5%-7%), considerados contracionistas, abrindo a possibilidade de uma política restritiva ante a elevação de temores fiscais.

Nesse sentido, agentes financeiros seguem prestando atenção à evolução dos riscos fiscal e político do ambiente doméstico, que contribuíram para deteriorar o perfil dos ativos brasileiros nos últimos dias. Quaisquer novidades a respeito do Bolsa Família e dos precatórios têm a possibilidade de fazer preço nos juros e no câmbio durante a sessão.

Da cena externa, a agenda de indicadores trouxe a pesquisa de criação de vagas do setor privado em julho nos Estados Unidos, publicada pela ADP, que decepcionou as estimativas do mercado. Segundo a leitura, houve a criação de 330 mil vagas de emprego em julho, bem abaixo do consenso, de 653 mil. Na sexta, o foco se volta ao relatório geral de geração de empregos nos EUA em julho.

Os sinais do mercado de trabalho americano ganham relevância à medida que o Federal Reserve (Fed, banco central do país), sinaliza que a economia já realizou avanço em suas metas, embora o chairman Jerome Powell tenha dito que o progresso completo esteja distante de se materializar.

Link
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.