Corregedor do TSE pede que Moraes compartilhe provas de inquérito sobre fake news

04/08/2021 14h00 - Atualizado em 04/08/2021 às 14h00

O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Felipe Salomão, pediu que o ministro Alexandre de Moraes compartilhe as provas dos inquéritos que miram a disseminação de notícias falsas, as fake news, e tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

As informações que serão encaminhadas pelo Supremo serão usadas nas ações que pedem a cassação da chapa do presidente Jair Bolsonaro e do vice, Hamilton Mourão.

Salomão enviou o ofício na terça-feira, após o TSE decidir instaurar um inquérito administrativo para apurar Bolsonaro por ataques ao sistema eleitoral.

No pedido, o corregedor cita tanto o inquérito das "fake news", quanto o novo inquérito que foi aberto por Moraes a partir da investigação sobre a promoção de atos antidemocráticos.

Segundo o TSE, os dois inquéritos investigam a suposta existência de uma organização criminosa, de forte atuação digital, dotada de núcleo político, de produção, de publicação e de financiamento, cujas atividades teriam tido continuidade após a campanha de 2018.

Em junho do ano passado, o então corregedor da Justiça Eleitoral, Og Fernandes, já havia encaminhado a Moraes documento em que afirmava que os fatos sob apuração no STF poderiam guardar relação com aqueles investigados nas ações que miram Bolsonaro no TSE.

“Renovo não só o pedido de informações, como também o de compartilhamento de provas eventualmente produzidas que possam vir a interessar a solução das lides postas nos autos”, destacou o ministro Salomão.

O movimento de Salomão faz parte da resposta do TSE a Bolsonaro, que chegou a ameaçar a realização das eleições em 2022 caso o voto impresso não fosse implementado.

Além do inquérito administrativo, a corte eleitoral encaminhou uma notícia-crime ao STF para que Bolsonaro passe a ser investigado no inquérito das "fake news". O pedido aconteceu após a live do presidente na semana passada, na qual ele divulgou informações falsas sobre as urnas eletrônicas e questionou o resultado das últimas eleições.

A expectativa é que Moraes delibere sobre o pedido em breve e transforme o presidente em um dos alvos do inquérito.

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