O setor agropecuário brasileiro aguarda da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede de Sustentabilidade), a aproximação com o setor e as propostas que fez durante a campanha eleitoral para garantir a produção sustentável e, assim, conciliar os interesses do agronegócio e dos ambientalistas.
Entre as suas promessas estão a de ampliação e expansão da agricultura sustentável, o aumento do crédito para a produção agropecuária e garantir a assistência técnica necessária aos pequenos, médios e grandes produtores nacionais,
Em dia na campanha, em passagem por Goiás, ela disse que “temos no nosso plano de governo o objetivo de fazer do Brasil o país mais sustentável e com maior produtividade agrícola do mundo”. A frase foi dita durante visita à Fazenda Santa Brígida, em Ipameri. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) considera a fazenda modelo de produção sustentável.
Por ora, nesta semana, a ministra se voltou para a fauna brasileira, ameaçada de extinção. Na última segunda-feira (30) ela iniciou o desmonte da polícia ambiental do governo anterior ao anular duas portarias do programa lançado em dezembro passado “Conserva+”. Trata-se da alteração da exploração de peixes nativos e sua exploração econômica.
Uma das propostas que interessa ao agronegócio é a reversão da proibição do escoamento da produção agropecuária brasileira em mercados importantes. Ela prometeu que vai reabrir os mercados, eliminando as barreiras ambientais e que não são tarifárias. Ela tem autoridade moral junto aos governos de países que estabeleceram tais barreiras, para derrubá-las. Os setores agrícola e ambiental aguardam ações nessa direção.
Ela foi explícita ao afirmar que vai expandir a agricultura de baixo carbono dentro do Plano Safra com mais tecnologia de ponta desenvolvidas pela Embrapa. Ou seja: ela garantiu ao setor que ele vai continuar crescendo, gerando renda e empregos e, ao mesmo tempo, buscar reduzir a emissão de gás carbônico que atenda às decisões tomadas pela Convenção do Clima.
Em entrevista à Gazeta do Povo, a ministra foi incisiva ao afirmar que é necessário investir em plantações e cultivos com baixo impacto de carbono, a integração do sistema lavoura-pecuária-floresta e com a recuperação de pastagens degradadas. Ela disse que “a gente vai dobrar, triplicar a nossa produção por ganho de produtividade. ... O agronegócio tem medo de mim, mas comigo deveria ficar sorrindo como vocês ficaram”, afirmou Marina.
Na verdade, a maior parte dos agricultores e pecuaristas sabem que diminuir a emissão de gases poluentes, como o gás carbônico e o metano, são necessários para a expansão da produção e rentabilidade, para ganhar e expandir mercados. Claro que, para atingir 100% da meta, são necessários educação ambiental, investimentos, incentivos e novas tecnologias.
Produtores rurais e pecuaristas são os primeiros a desejar que a produção brasileira tenha cada vez mais portas abertas nos aproximadamente 200 países filiados à Organização Mundial de Comércio. No entanto, o setor necessita de uma política pública dirigida a essa busca e assistência técnica que dê a ele as ferramentas para atingir as metas. O momento, é de entender como é o processo por quais passam os nossos biomas e ter um projeto que os proteja e, ao mesmo tempo, aumente a produtividade dos produtos agrícolas brasileiros.
Em 2022, eles representaram 47% de toda a exportação nacional. Portanto, não estamos falando do agronegócio. Mas, sim, das divisas necessárias para o desenvolvimento e a garantia da soberania nacional, em todas as áreas que dependem desses recursos para crescer e fazer do país, um jogador importante na geopolítica internacional, além do desenvolvimento do potencial de todos os brasileiros. Além do agronegócio e de todas as outras áreas da vida nacional. A começar pela indústria, que precisa agregar valores às nossas commodities e triplicar o valor das receitas que o agronegócio tem condições, dentro das necessidades imediatas do meio ambiente e dos biomas brasileiros.