O dólar comercial e os juros futuros operam nesta quarta-feira alternando leves altas e baixas, conforme os investidores aguardam pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), a partir de 18h30.
Às 10 horas, a moeda americana subia 0,05%, para R$ 5,1941 em relação ao real, após mínima a R$ 5,1740. Enquanto isso, o dólar registrava perdas leves diante de rivais fortes, como euro, libra e iene, e divisas emergentes.
No mercado de juros futuos, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 cedia de 6,36% no ajuste anterior para 6,355%; a do DI para janeiro de 2023 recuava de 7,90% para 7,855%; a do contrato para janeiro de 2025 tinha baixa de 8,80% para 8,75% e a do DI para janeiro de 2027 diminuía de 9,11% para 9,06%.
Os investidores estão na espera da decisão do Copom, que provavelmente elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 4,25% para 5,25% ao ano. Tal ajuste já está consolidado nos preços de mercado há algum tempo, mas as apostas podem ser reforçadas ao longo da sessão, trazendo volatilidade à curva de juros futuros e, também, ao dólar.
Além de elevar o tom contra a inflação, debate-se se o BC deixará de lado a sinalização de neutralização da política monetária e se poderá, desta forma, elevar o juro a patamares acima do patamar neutro (ao redor de 6,5%-7%), considerados contracionistas, abrindo a possibilidade de uma política restritiva ante a elevação de temores fiscais.
Nesse sentido, agentes financeiros seguem prestando atenção à evolução dos riscos fiscal e político do ambiente doméstico, que contribuíram para deteriorar o perfil dos ativos brasileiros nos últimos dias. Quaisquer novidades a respeito do Bolsa Família e dos precatórios têm a possibilidade de fazer preço nos juros e no câmbio durante a sessão.
Vale a pena destacar ainda que, nos mercados internacionais, os movimentos de ativos de risco são leves e divergentes nesta manhã. A agenda de indicadores trouxe a pesquisa de criação de vagas do setor privado em julho nos Estados Unidos, publicada pela ADP, que decepcionou as estimativas do mercado. Segundo a leitura, houve a criação de 330 mil vagas de emprego em julho, bem abaixo do consenso, de 653 mil. Na sexta, o foco se volta ao relatório geral de geração de empregos nos EUA em julho.
Os sinais do mercado de trabalho americano ganham relevância à medida que o Federal Reserve (Fed, banco central do país), sinaliza que a economia já realizou avanço em suas metas, embora o chairman Jerome Powell tenha dito que o progresso completo esteja distante de se materializar.